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ConflitosIsrael

UE libera parte da ajuda financeira à UNRWA

2 de março de 2024

Após negociações, Bruxelas concorda em liberar 50 milhões de euros que estavam retidos desde a acusação de Israel de que a agência da ONU estava envolvida com o terrorismo.

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Sede da UNRWA na Cidade de Gaza
Sede da UNRWA na Cidade de Gaza, com visíveis danos causados pela guerraFoto: AFP/Getty Images

A Comissão Europeia decidiu nesta sexta-feira (1º/03) enviar uma primeira parcela de 50 milhões de euros de ajuda financeira à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), de um total previsto de 82 milhões para este ano.

Segundo o Executivo da UE, após um entendimento entre Bruxelas e a UNRWA sobre questões relativas à suspeita de envolvimento de funcionários da agência nos ataques terroristas do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, foi decidido o desembolso de parte da verba prevista, que será entregue na próxima semana.

Após longas negociações, a UNRWA concordou com as condições da UE para a liberação dos fundos. O setor de auditoria interna das Nações Unidas fará uma investigação sobre as alegações. A UE também realizará uma investigação com seus próprios especialistas.

A segunda e terceira parcelas, no valor de 16 milhões de euros cada, serão liberadas com a aplicação das regras acertadas entre as partes.

Durante um mês a Comissão Europeia deixou suspensos seus pagamentos à UNRWA porque o governo israelense acusou 12 funcionários da agência de colaborar com o grupo terrorrista Hamas.

Em uma troca de cartas com a Comissão, o diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, disse que sua organização não estava envolvida nos ataques terroristas do Hamas e que haverá uma verificação de todos os 13 mil funcionários que trabalharam na Faixa de Gaza até o momento.

Uma equipe internacional de especialistas está preparando recomendações para a UNRWA a fim de evitar uma possível colaboração com o Hamas.

Numa reunião dos ministros do Exterior da EU, em 12 de fevereiro, Lazzarini reclamou que Israel não havia fornecido nenhuma prova do envolvimento de funcionários da UNRWA em atos de terrorismo.

Na ocasião, os ministros concordaram que a UNRWA é indispensável para o fornecimento emergencial de suprimentos à população da Faixa de Gaza na atual situação de guerra.

Ao todo, 250 milhões de euros

Aos 50 milhões de euros para a UNRWA somam-se outros 68 milhões de euros de ajuda de emergência à população palestina e que será distribuída através de parceiros como o Crescente Vermelho e a Cruz Vermelha.

Esse valor será disponibilizado além dos 125 milhões de euros já planejados para este ano. O montante total de ajuda humanitária para os palestinos que pode ser usado pela UNRWA ou por organizações internacionais é, portanto, de 250 milhões de euros.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, justificou o aumento da ajuda. "Estamos ao lado do povo palestino na Faixa de Gaza e em outros lugares da região. Os palestinos inocentes não deveriam ter que pagar o preço pelos crimes do grupo terrorista Hamas. Eles estão expostos a condições terríveis que colocam suas vidas em risco porque o acesso a alimentos e suprimentos básicos é insuficiente."

A Comissão Europeia é o terceiro maior doador da UNRWA. A questão central para a agência agora é como os dois maiores doadores irão se posicionar: EUA e Alemanha também suspenderam seus pagamentos em janeiro. Se os EUA e a Alemanha não pagarem conforme planejado, a UNRWA enfrentará sérias dificuldades de pagamento no final do mês.

A Alemanha quer, porém, ver garantidos os suprimentos humanitários para a população de Gaza. A ministra do Exterior, Annalena Baerbock, anunciou um aumento da ajuda humanitária e está pedindo um "cessar-fogo humanitário" para melhorar a situação do abastecimento.

as (DW, Lusa, Reuters)