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UE quer Sérvia pró-européia

Bernd Riegert (rw)11 de março de 2008

Os ministros de Relações Exteriores da União Européia manifestam apoio ao partido pró-europeu do presidente Boris Tadic para as eleições de maio na Sérvia.

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Steinmeier espera que sérvios 'optem por caminho europeu'Foto: picture-alliance/dpa

Os ministros de Relações Exteriores da União Européia (UE) disseram não ver alternativas ao Partido Democrático (DS) na eleição para o governo da Sérvia em 11 de maio. Segundo vários ministros reunidos em Bruxelas, o partido é a única esperança de uma relação sólida do país com a União Européia.

O primeiro-ministro Vojislav Kostunica havia renunciado no sábado (08/03), depois da ruptura da coalizão de seu Partido Democrata da Sérvia (DSS) com o DS por não chegarem a um consenso sobre uma política em relação à União Européia.

O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, voltou a manifestar apoio ao presidente Boris Tadic, eleito presidente da Sérvia em fevereiro, e disse esperar das eleições parlamentares que "na tensa situação atual a maioria dos sérvios opte pelo caminho europeu".

Kosovo é o ponto da discórdia

Observadores políticos vêem dificuldades na formação de um novo governo, pois nenhum dos partidos deverá obter maioria absoluta na votação parlamentar antecipada. Nem está certo que o futuro governo tome os rumos pró-europeus esperados por Bruxelas, pois mesmo o presidente Tadic é contra a independência do Kosovo.

A União Européia propôs a Belgrado várias opções de cooperação e estaria até mesmo disposta a abrir mão da condição que impõe para assinar o Acordo de Estabilização e Associação: a prisão do ex-general Radko Mladic, suposto criminoso de guerra, que continua em liberdade. Até o momento, a Sérvia vem recusando todas as ofertas da UE em função do Kosovo.

Na opinião de Steinmeier, este quadro não deve mudar até a eleição de maio próximo. O ministro alemão disse ainda temer, durante a campanha eleitoral sérvia, tons nacionalistas e o aumento da tensão no país.

Kosovares podem votar na Sérvia?

O norte do Kosovo é habitado predominantemente por kosovares de ascendência sérvia, que se negam a colaborar com a administração em Pristina. Este grupo não deveria participar da eleição na Sérvia, por integrar agora a população do Kosovo, defendeu Steinmeier.

Para Belgrado, no entanto, a eleição tem de ser realizada também em todo o Kosovo, pois do ponto de vista sérvio a região ainda faz parte do país. Enquanto isso, 20 pessoas da missão policial e civil da União Européia já iniciaram seus trabalhos no Kosovo. Nos próximos meses, este contingente atingirá 1800 pessoas e substituirá a atual administração das Nações Unidas.

O novo Estado já foi reconhecido por 16 dos 27 países da União Européia. Cinco países-membros do bloco anunciaram que por enquanto não pretendem reconhecer a soberania do Kosovo: Espanha, Grécia, Romênia, Chipre e Eslováquia.