Violência em Gaza
27 de dezembro de 2008Representantes da União Européia e demais líderes internacionais apelaram ao cessar-fogo imediato após os ataques aéreos israelenses na região, que, segundo autoridades palestinas, já deixaram um saldo de mais de 280 mortos e 900 feridos neste sábado (27/12), que já está sendo considerado o dia mais sangrento desde a Guerra dos Seis Dias em 1967.
"Estamos preocupados com os acontecimentos em Gaza. Apelamos ao cessar-fogo imediato e pedimos a todos maior contenção. Tudo deve ser feito para renovar a trégua", disse um porta-voz de Javier Solana, encarregado da União Européia (UE) para Assuntos Estrangeiros.
Também Nicolas Sarkozy, presidente da França – país que ocupa até dezembro a presidência rotativa da UE –, divulgou um comunicado no qual pede "o fim imediato do lançamento de foguetes sobre Israel bem como dos bombardeios de Israel em Gaza". Sarkozy exprimiu sua preocupação com a escalada da violência no sul de Israel e na Faixa de Gaza e condenou o uso desproporcionado da força.
Acrescentando "deplorar as perdas civis", o presidente francês lembrou que não há solução militar para Gaza e defendeu a instauração de uma "paz duradoura".
"Apenas o início"
Israel lançou neste sábado uma intensa ofensiva aérea contra cerca de 30 posições do Hamas na Faixa de Gaza. Durante a operação, que visava destruir o quartel-general da polícia do Hamas, foram mortos seu chefe de polícia, o general Tawfik Jaber, e mais de uma centena de policiais. Além disso, foi destruído um campo de treinamento militar do Hamas no norte da Faixa de Gaza.
Em retaliação, dezenas de foguetes foram lançados contra Israel. O Hamas apelou que os ataques israelenses sejam "vingados pela força". Israel, no entanto, admitiu que "este é apenas o início da operação". "Pode levar tempo. Não fixamos um prazo e agiremos em função da situação no terreno", disse um porta-voz militar à agência portuguesa Lusa.
O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, pediu a marcação para domingo (28/12) de uma reunião urgente dos ministros das Relações Exteriores árabes "para analisar as agressões israelenses contra a Faixa de Gaza".
O chefe da organização baseada no Cairo pediu também à Líbia que, como membro do Conselho de Segurança da ONU, solicite uma reunião de urgência do Conselho sobre os ataques de Israel.
Enquanto isso, o Egito abriu um corredor na fonteira com Gaza a fim de permitir a entrada de ajuda humanitária à região e a retirada de feridos.