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Pacotes-bomba

8 de novembro de 2010

Após descobertas de explosivos em aviões, ministros do Interior da UE decidem formular medidas para endurecer controle sobre carga aérea dentro do bloco. Alemanha pede criação de "lista negra" de aeroportos do exterior.

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Mais controle pode aumentar custos em aeroportosFoto: picture alliance/dpa

Com controles mais rígidos em aeroportos de países de fora do bloco europeu e inspeções em encomendas suspeitas, a União Europeia (UE) quer se proteger contra tentativas de atentados através de pacotes-bombas, como as ocorridas nas últimas semanas.

Em encontro em Bruxelas, os ministros do Interior da UE determinaram nesta segunda-feira (8/11) que seja criado um grupo de trabalho para apresentar até dezembro sugestões concretas sobre o assunto. Além disso, nesta segunda-feira, os Estados Unidos anunciaram a proibição do recebimento de cargas aéreas da Somália.

Reorganização de responsabilidades

Os ministros de Interior da UE concordaram que deve haver uma reorganização das responsabilidades pelo controle da carga aérea, até agora exercidas por diversos órgãos dentro do bloco.

Setores da indústria e também o ministro alemão da Economia, Rainer Brüderle, alertam todavia para a possibilidade do aumento excessivo de custos. Segundo informações da associação alemã de aeroportos ADV, desde os atentados de 11 de setembro de 2001, a parcela dos gastos com medidas de segurança nos custos de manutenção dos aeroportos aumentou de 8% para 35%.

No entanto, o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, acha que novos esforços são inevitáveis. "Se tiver que ficar tudo um pouco mais caro, então ficará um pouco mais caro. Não há segurança que seja de graça“, rebateu o ministro.

Lista negra

De Maizière reivindica que seja criada uma “lista negra“ dos aeroportos de países externos à UE que não possuam boas condições de segurança. "Nesses aeroportos são necessários controles mais frequentes“, afirmou o ministro alemão. Além disso, ele pede a introdução de uma fiscalização orientada por determinados indícios. Isso significaria que pacotes contendo, por exemplo, copiadoras usadas oriundas do Iêmen e destinadas a uma entidade judaica na Europa ou EUA devam ser retirados de circulação através do controle sistemático de listas de remessas.

Pressestatement de Maiziere zu verdächtigem Paket im Kanzleramt
Ministro de Maizière quer uma "lista negra" de aeroportosFoto: dapd

Controles mais rigorosos em centros de carga aérea dentro da UE não estão entre as prioridades. Siim Kallas, comissário europeu dos Transportes, já havia alertado que certas medidas propostas podem não só prejudicar empresas mas também os aeroportos.

No fim de outubro foram descobertos em aeroportos no Reino Unido e em Dubai pacotes com explosivos em aviões vindos do Iêmen. As encomendas eram endereçadas a instituições judaicas nos EUA. Um dos pacotes foi transladado no Aeroporto de Colônia/Bonn.

O pacote foi encontrado a tempo devido a indícios das autoridades de segurança, não através de controles. Diante disso, o ministro do Interior alemão colocou o tema na ordem do dia no encontro dos colegas de pasta da UE.

Critérios para fiscalização

O grupo de trabalho proposto pelos ministros da UE deve desenvolver critérios segundo os quais as cargas e encomendas devem ser consideradas suspeitas. Enquanto existem diretrizes para o controle das cargas aéreas que circulam dentro da UE, não há um modelo único no bloco para fiscalização de encomendas oriundas de países de fora do bloco.

O governo alemão reivindica, ainda, que os países-membros da União Europeia determinem um embargo em todo seu território de cargas provenientes de certos países, em caso de ameaças. A Alemanha proibiu até segunda ordem o recebimento de cargas aéreas do Iêmen.

O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, afirmou que a medida não surte efeito, caso também não seja seguida pelos outros Estados-membros do bloco. Ele voltou a afirmar, ainda, que existe o perigo iminente de ocorrerem outras tentativas de atentados através de pacotes com explosivos na Alemanha e na Europa.

MD/rtr/dapd
Revisão: Carlos Albuquerque