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UE planeja ofensiva antiterror

Estelina Farias29 de outubro de 2001

Ministros do Exterior temem que violência no Oriente Médio prejudique coalizão antiterror na União Européia.

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A União Européia quer contribuir na luta contra o terrorismo com uma ofensiva diplomática nas regiões em conflito. Os ministros do Exterior dos 15 países-membros decidiram, em reunião hoje, em Luxemburgo, aumentar sua ação em busca de solução política para conflitos regionais. A primeira delegação já seguirá amanhã para uma viagem a três países da Ásia Central – Uzbequistão, Tadjiquistão e Turcomênia, sob a chefia de Louis Michel, chefe da diplomacia da Bélgica, que ocupa a presidência rotativa da UE. Os diplomatas europeus terão conversações também na Rússia, país com grande influência sobre as ex-repúblicas soviéticas.

Com receio de que o emperrado processo de paz no Oriente Médio afete a coalizão internacional contra o terrorismo na Europa, os ministros da UE decidiram se concentrar mais nos esforços de apaziguamento do conflito israelense-palestino. O coordenador da política externa comum, Javier Solana, apresentou no encontro uma lista com as regiões em conflito que necessitam da ajuda da UE. As atenções serão mais voltadas para os países da Ásia Central, vizinhos do Afeganistão, e o Oriente Médio.

"Não existe outra alternativa para a administração de crises", justificou o ministro da Alemanha, Joschka Fischer, que tentou, em vão, na semana passada, reativar o processo de paz no Oriente Médio, em encontros com o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, e o presidente palestino, Yasser Arafat, em Tel Aviv e Gaza. Predomina na UE a impressão de que o conflito israelense-palestino foi um dos motivos dos atentados de 11 de setembro e a conseqüente ação militar dos Estados Unidos no Afeganistão.

Perigo - O ministro francês, Hupert Védrine, disse que a coalizão internacional contra o terrorismo corre perigo se não houver um acordo no Oriente Médio. Sua colega sueca, Anna Lindh, opinou que "Sharon ameaça a segurança de todos", porque "enquanto ele se recusar a negociar com os palestinos aumentam as tensões no mundo árabe". Nenhum ministro contestou os bombardeios americanos no Afeganistão, iniciados três semanas atrás para liquidar as estruturas do regime talibã e as bases do terrorista Osama bin Laden. "Ninguém pensa que há outra alternativa", disse Jack Staw, chefe da diplomacia da Grã-Bretanha, único aliado que participou até agora diretamente da ação militar.

Associação - À margem do encontro dos ministros do Exterior, o seu colega da Croácia, Ivica Racan, e o Comissário de Relações Exteriores da UE, Chris Patten, assinaram um acordo de associação entre o país e a União Européia. É o segundo Estado dos Bálcãs que firma o tratado válido como uma etapa preliminar ao processo de integração à comunidade européia. O acordo só entra em vigor depois de ratificado pelos parlamentos dos países-membros. Por isso, foi assinado em Luxemburgo um acordo interino estabelecendo relações comerciais privilegiadas entre a UE e a Croácia.