UE vai debater segurança em vôos internacionais
11 de agosto de 2006Especialistas em combate ao terrorismo dos 25 países-membros da União Européia (UE) se reunirão na próxima semana para discutir medidas que possam melhorar a segurança em aeroportos e durante vôos internacionais. A informação foi divulgada pelo governo finlandês, que ocupa a presidência rotativa semestral da UE. Não foram mencionados local e data do encontro.
Nos aeroportos alemães, a situação voltou ao normal nesta sexta-feira (11/08). No Aeroporto Internacional de Frankfurt, o maior da Alemanha, não houve cancelamento de vôos. Passageiros com destino aos Estados Unidos não podem levar líquidos ou gel na bagagem de mão. Os vôos para os Estados Unidos foram os únicos a registrar atrasos devido ao maior rigor no controle do ingresso de passageiros.
Reunião
O ministro do Interior da Finlândia, Kari Rajamäki, divulgou que não haverá uma reunião especial dos ministros do Interior dos países-membros para debater o assunto. Essa reunião poderá acontecer mais tarde, depois do encontro dos especialistas. A decisão foi tomada após consultas aos ministros do Interior do Reino Unido, John Reid, da Alemanha, Wolfgang Schäuble, e ao comissário da UE, Franco Frattini.
Schaüble defendeu a participação de representantes do governo dos Estados Unidos na reunião dos especialistas. Ele afirmou que serão discutidas medidas que elevem a segurança nos aeroportos europeus e que reforcem a luta conjunta contra o terrorismo.
A reunião acontecerá depois que um possível ataque terrorista em vôos partindo de Londres foi frustrado pelas autoridades de segurança do Reino Unido. Ao todo, foram presas 24 pessoas na Inglaterra. Elas teriam planejado explosões em mais de dez vôos com destino aos Estados Unidos.
Debate na Alemanha
Na Alemanha, a CDU/CSU defendeu leis de segurança mais rigorosas e o uso das Forças Armadas no combate ao terrorismo. O SPD, partido que integra a grande coalizão ao lado da CDU/CSU, discordou da imediata adoção de medidas, sem discussão, e rejeitou a proposta de uso das Forças Armadas na luta contra o terrorismo. A CDU/CSU defende a rápida criação de um banco de dados conjunto da polícia e do serviço secreto com informações sobre possíveis terroristas.
O gabinete do governo decidiu no último dia 12 de julho criar uma base legal para a existência do banco de dados. O projeto aprovado pelo gabinete se baseia nas leis antiterror aprovadas após o 11 de setembro.
A ministra da Justiça, Brigitte Zypries, alertou em entrevista ao jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung para a exigência do que considera medidas automáticas de combate ao terror, tomadas sem discussão. Já o porta-voz de Política Interna da bancada do SPD, Dieter Wiefelspütz, advertiu que um debate histérico sobre o assunto deve ser evitado. Ele afirmou que a Alemanha está bem preparada para o combate ao terrorismo e disse que o banco de dados antiterror será criado.
Wiefelspütz também discordou do uso da Bundeswehr na segurança interna do país, o qual considerou inoportuno. O vice-presidente da bancada da CDU/CSU, Wolfgang Bosbach, argumentou que não se trata de militarizar a segurança interna, mas de utilizar as Forças Armadas se apenas os militares estiverem em condições de "impedir determinadas situações de perigo".