UE vê eleições na Ucrânia como teste para a democracia
25 de março de 2006A União Européia (UE) vê as eleições parlamentares deste domingo (26/03) na Ucrânia como teste de força no processo de aproximação do país com o Ocidente. Isto havia sido assinalado num recente encontro da comissária de Relações Exteriores da UE, Benita Ferrero-Waldner, com o ministro do Exterior ucraniano, Boris Tarasiuk.
Há 15 meses, a Ucrânia é governada pelo presidente Viktor Yushchenko, cujo objetivo é a integração do país à União Européia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A concretização destes projetos, no entanto, estará ameaçada em caso de uma vitória da oposição pró-russa, liderada por Viktor Yanukovich, que volta com força à cena política depois de sua derrota nas eleições presidenciais de 2004.
Yushchenko venceu o pleito, que teve de ser repetido por causa de fraudes em massa. Esta semana, o Partido das Regiões, de Yanukovich, liderava as pesquisas com cerca de 30% das intenções de voto, contra cerca de 20% para o Nossa Ucrânia, partido do presidente Yushenko, e por volta de 17% para o movimento da antiga aliada do presidente, a ex-primeira-ministra Julia Timoshenko.
População profundamente dividida
Observadores prevêem que, se nenhum dos partidos alcançar a maioria no Parlamento, a composição de governo dependerá de negociações difíceis, que podem arrastar-se até julho. A população ucraniana, de 47 milhões de habitantes, está profundamente dividida entre pró-ocidentais e pró-russos.
Cerca de 37 milhões de ucranianos devem comparecer às urnas neste domingo. O processo de apuração dos votos deve ser complicado. Em Kiev, por exemplo, os eleitores receberão quatro cédulas, todas elas de cores diferentes: uma para as eleições parlamentares, outra para a escolha dos representantes para as câmaras municipais e distritais, e outra para prefeito.
Frente às denúncias da oposição de que os erros no censo eleitoral podem constituir um recurso de fraude e privar o direito a voto de cerca de um milhão de cidadãos, mais de dois mil observadores internacionais vão vigiar o processo de votação e apuração.
Numa avaliação preliminar, eles já disseram que os preparativos eleitorais ocorreram de forma democrática. Segundo o embaixador dos Estados Unidos em Kiev, John Herbst, a Ucrânia assiste provavelmente à "campanha eleitoral mais limpa e transparente de sua história".
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