No Museu Vitra Design, em Weil am Rhein, sudoeste da Alemanha, uma coleção de 20 mil objetos que contam os últimos 200 anos de história do design - cerca de 400 itens fazem parte da exposição permanente do museu.
No século 19, a moda era ter móveis que misturavam diferentes estilos e épocas, mas com a industrialização, surge a profissão de designer para projetar móveis para o mundo moderno. Um marco é a "Cadeira vermelha e azul", desenvolvida pelo holandês Gerrit Rietveld, em 1917, obra caracterizada pelo abstracionismo geométrico.
Nos anos 1920, Marcel Breuer, da Bauhaus, experimenta um material até então pouco usado para móveis: o aço tubular. Depois da Segunda Guerra Mundial, muitos designers voltam a trabalhar com madeira, as formas se tornam mais orgânicas e o design cada vez mais parte da vida cotidiana.
Até que chega a nova revolução do design com o plástico. A partir dos anos 50, designers como o Dane Verner Panton ou o finlandês Eero Aarnio começam a projetar móveis para uma nova geração. É a vez do pop, do colorido, da leveza. De acordo com Mateo Kries, codiretor do Museu Vitra Design, "a sociedade estava em transição. Gerações mais jovens se revoltavam contra os mais velhos, e também contra a maneira como os pais viviam. Os designers absorveram isso e projetaram objetos que materialisassem essas mudanças em casa."
O design está sempre conectado às mudanças na sociedade. Na década de 80, o lema era: todos já têm tudo, agora o design deve expressar a individualidade. “Não existe mais isso de um estilo dominante como nas décadas anteriores. Muitos designers têm seu próprio estilo, que os torna inconfundíveis. Podemos dizer que os designers se tornaram um tipo de marca”, comenta o codiretor.
O design vem desempenhando um papel cada vez mais importante em diversas áreas - oque também aumenta a responsabilidade dos designers. “Todos sabemos que há muitos objetos no mundo, muita coisa sendo produzida. E há muitas tensões sociais e políticas a serem resolvidas. Não seria bom um designer dizer que não liga para nada disso, que faz apenas coisas bonitas", ressalta Mateo Kries.