Uma viagem ao passado da Floresta Negra
14 de setembro de 2016Localizada no sudoeste da Alemanha, a região da Floresta Negra é o lar de uma rica e diversificada tradição cultural – afinal, ela tem cerca de 150 quilômetros de extensão de norte a sul. De leste a oeste, são 50 quilômetros na parte sul e aproximadamente 30 quilômetros na parte norte.
Situada ao longo das fronteiras com a Suíça, ao sul, e com a França, a oeste, a Floresta Negra tem sua própria identidade cultural. Esta foi influenciada tanto pelos hábitos e costumes dos países vizinhos quanto pelas condições de vida na própria região.
Algumas das coisas tidas no exterior como tipicamente alemãs são oriundas da Floresta Negra, como o chapéu Bollenhut, os relógios cuco e o famoso bolo Floresta Negra. No entanto, é preciso mencionar que o quitute teria sido servido pela primeira vez em 1915 na antiga cidade de Bad Godesberg, atualmente um subúrbio da ex-capital federal Bonn.
Estilo enxaimel
A famosa cidade de Baden-Baden, no noroeste da Floresta Negra, é conhecida por suas casas no estilo francês do século 19, com varandas esculpidas em tons pastel.
Na região dos lagos, ao sul de Freiburg, há um limite de altura para a construção de novos edifícios. Estes também devem ser construídos com hastes de madeira encaixadas entre si. As casas no estilo enxaimel com gerânios vermelhos na varanda são associadas em todo o mundo à Alemanha.
Fora das cidades, a arquitetura é bem mais modesta. Assim como a vida, pois devido ao terreno e à densa vegetação, responsável pelo nome Floresta Negra, muitos vilarejos eram de difícil acesso ou, às vezes, até completamente isolados do mundo, sendo os habitantes autossuficientes.
Vida nos vilarejos
No museu ao ar livre Vogtsbauernhof, em Gutach, na Floresta Negra, tenta-se retratar não apenas a vida e o cotidiano do século 20, mas também as diferenças entre vilarejos.
Depois de se dedicar inicialmente mais às questões agrícolas, em particular ao estilo de vida rural nas aldeias remotas, o museu reconstruiu a partir de 1963 edifícios históricos de diferentes regiões da Floresta Negra.
No tour por essas construções, os visitantes podem vivenciar a vida modesta do século 17. Naquela época, a comida era preparada em fogões e fornos a lenha na cozinha, que também serviam para aquecer a casa no frio congelante do inverno. Mais tarde vieram os fornos de azulejos, mais eficientes.
Cada casa tem suas peculiaridades. As funções delas nas aldeias de onde foram tiradas são explicadas em frases curtas, assim como o modo de vida nos vilarejos da Floresta Negra entre os séculos 16 e 19. Os visitantes aprendem sobre métodos antigos de cozimento, técnicas de tecelagem e sobre a vida dura e o trabalho nas isoladas áreas de floresta.
Era pré-industrial
Entre as duas maiores construções da fazenda estão galpões e casas nos quais são apresentadas atividades especiais e técnicas artesanais da era pré-industrial. Há uma serraria, que transforma troncos maciços de árvores em vigas e tábuas, e um moinho d'água, no qual grãos de trigo são moídos. Quem estiver por lá na hora certa pode admirar essa técnica antiga em ação.
Os visitantes que seguem o caminho bem demarcado do museu ao ar livre passam por jardins com plantas nativas da região. Eles também podem ouvir os guias vestidos em trajes tradicionais explicando as especificidades da pecuária local. São contadas ainda anedotas sobre rivalidades centenárias entre vilarejos, e o significado de cada vestimenta é explicado.
Enquanto o programa muda diariamente, há também eventos sazonais regulares da Páscoa até outubro – assim como num fim de semana no período do Advento e na noite de Natal. No museu, também são encenadas batalhas históricas entre diferentes vilarejos.
Após as impressões da visita ao museu ao ar livre Vogtsbauernhof, é provável que muitos anseiem pelos bons velhos tempos na Floresta Negra.