UE aprova primeira vacina contra malária
24 de julho de 2015A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou nesta sexta-feira (24/07) a primeira vacina contra malária do mundo. O órgão regulador da União Europeia (UE) avaliou o medicamento, batizado de RTS,S ou Mosquirix, como seguro e eficaz para ser usado em bebês na África com risco de contraírem a doença.
A vacina, desenvolvida pela farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK) em colaboração com a ONG PATH Malaria Vaccine, avança em mais uma etapa antes do início de sua comercialização. Agora, falta o sinal verde da Organização Mundial da Saúde (OMS), que deverá analisar a nova droga até novembro deste ano e não deverá liberá-la antes de 2017.
"A avaliação da EMA não é uma recomendação para o uso dessa vacina", afirmou o porta-voz da OMS, Gregory Hartl. "A OMS ainda tem que analisar como a vacina é produzida e se é fabricada em condições adequadas."
Nos estudos clínicos realizados com cerca de 15,5 mil crianças em sete países africanos – Burkina Faso, Gabão, Gana, Malawi, Moçambique, Quênia e Tanzânia – foi comprovado que a vacina protege cerca de 30% das crianças vacinadas contra a malária no primeiro ano após a sua administração, segundo a EMA.
Depois, a eficácia do medicamento é reduzida, mesmo que doses adicionais de reforço sejam aplicadas. Mesmo assim, o regulador europeu decidiu dar a autorização para o uso do produto "fora da União Europeia" em bebês entre seis semanas e 17 meses de idade.
"Temos finalmente uma vacina contra a malária que funciona, mas não tão bem quanto esperávamos no começo", afirmou Nick White, professor de medicina tropical nas Universidades de Mahidol, em Bangkok, e de Oxford, no Reino Unido.
Mosquirix é a vacina mais avançada clinicamente contra a doença, transmitida pelo mosquito Anopheles e que infecta cerca de 200 milhões de pessoas por ano. Estima-se que a malária tenha matado 584 mil pessoas em 2013. Somente na África subsaariana, 1.200 crianças morrem por dia em decorrência da doença. Mais de 80% das mortes causadas pela enfermidade ocorrem em crianças de até cinco anos de idade.
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