Universidade Humboldt de Berlim dá incentivo especial à mulher
5 de março de 2013Foi uma sensação quando, em fevereiro de 1899, a física Elsa Neumann recebeu o seu título de doutorado pela Universidade Humboldt de Berlim. O já então renomado físico Max Planck veio especialmente à cidade para a entrega do diploma para a primeira "senhorita doutora" e também deixar claro que Elsa Neumann deveria permanecer uma exceção.
Na oportunidade, o físico declarou: "A natureza mesmo prescreveu à mulher a profissão de mãe e dona de casa". Mais de cem anos depois, as mulheres ainda encontram dificuldades para seguir uma carreira universitária. Já a Humboldt aposta, mais do que nunca, nas mulheres.
Entre os anos 1919 e 1945, a Universidade Humboldt de Berlim era a universidade alemã com o maior número de professoras. Atualmente, um programa da instituição auxilia pesquisadoras a adquirir experiência de liderança e se preparar para cargos de chefia. A cada ano, uma professora é escolhida para o prêmio Caroline von Humboldt, que vale uma bolsa anual de cerca de 80 mil euros.
Universidade com personalidade de pesquisadora
A universidade fundada em 1810 se sente comprometida com o ideal educacional de seu fundador, Wilhelm von Humboldt, e isso vale tanto para mulheres quanto para homens. O famoso letrado prussiano queria formar cientistas como "personalidades na pesquisa" e ao mesmo tempo "personalidades na docência".
Entender a pesquisa e o ensino dentro de um mesmo contexto valeu à instituição o título de universidade de excelência, concedido em junho de 2012. Fundamental para isso foi seu conceito futuro, intitulado "Educação através da ciência: personalidade, sinceridade e orientação."
Essa havia sido a terceira tentativa da Humboldt para receber esse recurso financeiro. A mais antiga universidade de Berlim perdeu duas vezes o título para a Universidade Livre de Berlim. Justamente, a universidade que, em 1948, após a divisão da Alemanha, se separou da Humboldt, localizada no leste de Berlim.
Respostas para questões globais
Nos tempos da divisão da Alemanha, foi a maior universidade da Alemanha Oriental. Entre 1946 e 1990, passaram por ela 150 mil estudantes.
Após a reunificação alemã, em 1990, a instituição passou por várias reformas. O recurso de 150 milhões de euros da iniciativa de excelência financiará uma ampla reforma administrativa, que se entende como "Centro de Serviços" para reforçar a pesquisa.
Além disso, a instituição pretende desenvolver os chamados Institutos de Pesquisa Integrativa (na sigla em alemão, IRI), que se dedicam a pesquisas realizadas por vários departamentos, por exemplo, na área de uso global da terra, urbanização e sustentabilidade.
Já no IRI para ciências da vida pesquisam biólogos, médicos e neurocientistas, juntamente com neuropatologistas do hospital universitário Charité, as diferentes funções do sistema nervoso humano.
Ao mesmo tempo, a universidade quer dar mais apoio individual aos cientistas. Por isso, parte do recurso da iniciativa de excelência será investida em concursos e bolsas de pesquisa, além de editais para projetos individuais. A instituição deseja atrair novos pesquisadores com um programa de incentivo diferenciado, para o período entre o mestrado e o começo do doutorado.
Mais apoio a estudantes estrangeiros
É possível estudar quase de tudo na Humboldt. Desde 1994, a universidade tem 11 faculdades e diversos institutos centrais, divididos pelos prédios da instituição, no centro de Berlim. Ao lado de cursos clássicos, a instituição também oferece estudos africanos ou asiáticos, língua e cultura da comunidade surda, ou etnologia europeia.
A variedade de cursos atrai muitos estudantes estrangeiros para Berlim. No futuro, a Humboldt quer criar um "escritório internacional" em cada uma das suas faculdades. Os estudantes estrangeiros poderão se orientar sem problemas, aprendendo e pesquisando por conta própria em uma grande universidade como a Humboldt – fiel ao ideal educacional do seu famoso fundador Wilhelm von Humboldt.
Amanhã: Universidade Técnica de Munique
Autora: Sabine Damaschke (cn)
Revisão: Roselaine Wandscheer