Delegação parlamentar
25 de junho de 2009A União Europeia deu sinal de que poderá intervir na situação política do Irã. O presidente do Parlamento Europeu disse na quarta-feira (24/06) que espera organizar uma comissão para visitar o país a fim de analisar os resultados das eleições. "Vou recomendar aos grupos políticos que enviem uma delegação de parlamentares europeus a Teerã o mais rápido possível", afirmou Hans-Gert Pöttering.
Pöttering fez a declaração após um encontro em Bruxelas com a dissidente iraniana Shirin Ebadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz. Shirin pediu às Nações Unidas e à União Europeia que intervenham junto ao governo iraniano e cobrem o fim da violência contra os manifestantes.
Ebadi defende a anulação do resultado eleitoral que elegeu Mahmud Ahmadinejad e a convocação de novas eleições, dessa vez sob supervisão das Nações Unidas ou de outra organização internacional.
"Nunca fiz isso antes, mas o assunto é tão sério e importante que estou pronto para ir pessoalmente, como presidente do Parlamento Europeu, prestar minha solidariedade ao povo do Irã", declarou Pöttering. No entanto, alerta que ainda não se sabe se o governo iraniano autorizaria a entrada de uma comissão européia em seu território e que é preciso seguir o protocolo diplomático.
Para o presidente do Parlamento, a atitude do governo do Irã de reprimir as manifestações populares é um sinal de que houve fraude nas eleições. Pöttering também desmentiu as acusações de Ahmadinejad de que a comunidade internacional estaria influenciando as demonstrações contrárias ao regime no Irã.
Recado aos Estados Unidos
Nesta quinta-feira (25/06), Ahmadinejad pediu ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que não interfira nos assuntos internos do Irã. O líder iraniano manifestou sua opinião em resposta à declaração de Obama de que estaria "horrorizado e indignado" com a violência que se seguiu às eleições no país.
Ahmadinejad referiu-se a Obama enquanto discursava na cidade de Assaluyeh, durante a inauguração de uma fábrica petroquímica. O presidente iraniano culpou países como os Estados Unidos e o Reino Unido por estimular a violência em seu território.
NP/reuters/dpa/ap
Revisão: Rodrigo Abdelmalack