União Européia quer investigar o futebol no continente
13 de dezembro de 2005A Uefa e a Comissão Européia concordaram em investigar a estrutura financeira do futebol na Europa. Entre outros assuntos, o grupo de trabalho montado pelas organizações quer enfocar a metodologia implementada para os acordos dos salários dos jogadores considerados "exorbitantes", a regulamentação dos empresários de futebol, a sustentação financeira dos times e o crescimento do poder dos clubes de ponta. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o presidente da Uefa, Lennart Johansson, deram apoio à intenção.
O ministro dos Esportes do Reino Unido, Richard Carbon, espera começar a investigação dentro de seis meses e trazer propostas concretas para o Conselho de Ministros da União Européia antes da Copa do Mundo, que acontece de 9 de junho a 9 de julho de 2006, na Alemanha.
O chefe-executivo da Uefa Lars-Christer Olsson disse que as ligas estariam incluídas na investigação e espera ter resultados dentro de um período combinado, mas não divulgado pelas instâncias que propuseram a investigação. "Nós temos propostas específicas, atividades e objetivos em prazo já definido", disse Olsson.
Ele disse que a Uefa quer investigar também casos de garotos que são levados muito jovens para jogar futebol na Europa. Segundo Olsson, existem agentes e clubes que contatam meninos com menos de 10 anos, retirando os jovens de suas famílias, principalmente na América do Sul.
A Uefa vai coordenar a investigação e será responsável pela maior parte do financiamento da operação, enquanto a Comissão Européia dará o suporte político necessário e injetará dinheiro caso seja necessário, disse Carbon.
Torcedores violentos
Blatter, que não participou do encontro entre os agentes da União Européia e da Uefa, disse que os anfitriões da Copa do Mundo foram forçados a prometer rigoroso controle do público após o episódio envolvendo o jogador do Hamburgo, Alexander Laas, que foi atingido por uma baqueta jogada pela tocida do Colônia, em jogo válido pelo Campeonato Alemão.
"Este é um alerta para o Comitê Organizador. Alguma medida deve ser adotada para controlar as torcidas", advertiu o presidente da Fifa.
Redes de segurança serão implantadas atrás dos gols nos estádios, mas Wolfgang Niersbach, o vice-presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo, disse que os torcedores não precisam se preocupar com a atitude.
"Nós não queremos criar pânico e não iremos fazer com que uma situação isolada arruíne nossa filosofia", disse Niersbach, acrescentando que câmeras nos estádios da Copa poderão identificar os hooligans. "Nenhum criminoso poderá desaparecer na multidão", garantiu o vice-presidente do Comitê .