União regional domina pauta no encontro entre Dilma e Maduro
10 de maio de 2013O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, encerrou no Brasil sua primeira viagem internacional após a posse, sendo recebido pela presidente Dilma Rousseff nesta quinta-feira (09/05).
No segundo semestre, Maduro assumirá a presidência rotativa do Mercosul, o que, segundo Dilma, vai representar um momento histórico e inaugurar um novo ciclo de expansão do bloco, com benefícios mais diretos para o Norte e Nordeste do Brasil.
"Quando assumirmos a presidência do Mercosul, vamos assumir com essa missão de fortalecimento, de ampliação e crescimento em todos os sentidos", assegurou Maduro.
Brasil e Venezuela mantêm projetos de cooperação nas áreas de segurança alimentar, políticas públicas, saúde e desenvolvimento social e tecnológico. A parceria movimentou US$ 6,05 bilhões em 2012, montante sete vezes maior que o registrado em 2003.
"Maduro: presidente ilegítimo"
As honrarias de visita de Estado oferecidas a Maduro na sua chegada ao Palácio do Planalto misturaram-se a manifestações de apoio e crítica. Frases como "Maduro: presidente ilegítimo" e "legitimidade não se compra" estampavam cartazes de protesto. A maioria dos presentes, entretanto, demonstrou apoio ao presidente.
As críticas ao processo eleitoral que colocou Maduro no poder não foram mencionadas pela presidente brasileira, mas o líder venezuelano, na sua declaração à imprensa, fez questão de ressaltar que a Venezuela é um país "profundamente democrático", detentor de um "sistema eleitoral moderno e confiável". "Nessas eleições construímos um sistema eleitoral quase perfeito", disse o líder venezuelano.
Lula e Maduro
Antes de ser recebido por Dilma no Palácio do Planalto, Maduro encontrou-se com o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o que acabou causando atraso na agenda oficial com a presidente brasileira.
No seu discurso, Lula foi descrito por Maduro como um "pai dos homens e mulheres de esquerda na América Latina". Os dois conversaram durante cerca de uma hora na embaixada da Venezuela em Brasília.
"Dos três gigantes que iniciaram este processo – Néstor Kirchner, Hugo Chávez e Lula – nos resta Lula. E está forte, sólido", disse Maduro.