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Vacina da Johnson & Johnson tem eficácia média de 66%

29 de janeiro de 2021

Em testes com 44 mil voluntários, imunizante da companhia americana contra covid-19, que demanda só uma dose, evita até 85% dos casos graves. Aprovação nos EUA pode sair já em uma semana.

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Vacina da Johnson demanda apenas uma dose
Vacina da Johnson demanda apenas uma doseFoto: Cheryl Gerber/Johnson & Johnson/AP/picture-alliance

A Johnson & Johnson informou nesta sexta-feira (29/01) que sua vacina, de dose única, tem eficácia média de 66% na prevenção da covid-19. O testes foram feitos em três continentes, e o imunizante mostrou resultados robustos, em diferentes níveis, também contra mutações do novo coronavírus, sobretudo para evitar casos graves.

No ensaio com quase 44 mil voluntários, o nível de proteção contra a covid-19 moderada e severa variou de 72% nos Estados Unidos, a 66% na América Latina e 57% na África do Sul, onde uma variante preocupante se espalhou. Entre os voluntários, 44% foram testados nos EUA, 41% na América Latina (Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru) e 15% na África do Sul.

Na corrida global pela vacina, um parâmetro alto foi estabelecido por duas vacinas já autorizadas, da Pfizer/BioNTech e da Moderna, que possuem cerca de 95% de eficácia na prevenção de casos sintomáticos quando administradas em duas doses.

Esses ensaios, porém, foram realizados principalmente nos Estados Unidos e antes do surgimento de novas variantes do coronavírus, como a cepa sul-africana, que é mais contagiosa.

O principal objetivo da J&J era a prevenção de covid-19 moderada a severa. E a vacina foi eficaz nesse sentido: com ela, foram evitados 85% das doenças graves e e dos casos de hospitalização em todos os lugares avaliados e contra múltiplas variantes, 28 dias após a imunização.

"Ela protegerá potencialmente centenas de milhões de pessoas de resultados graves e fatais da covid-19", disse Paul Stoffels, diretor científico da J&J, em comunicado divulgado junto com os resultados.

Uma dose e armazenamento fácil

A J&J planeja buscar autorização de uso emergencial junto à agência reguladora americana já na semana que vem.

As autoridades de saúde pública americanas contam com a vacina da J&J para aumentar a tão necessária oferta e simplificar a campanha de imunização nos EUA.

"Neste momento, qualquer proteção e vacina adicional é excelente. A cepa 'sul-africana' ainda é incomum nos EUA e obviamente gostaríamos de ver uma maior eficácia, mas a chave é não apenas a eficácia geral, mas especificamente a eficácia contra doença grave, hospitalização e morte", disse Walid Gellad, professor associado de política sanitária na Universidade de Pittsburgh, à agência Reuters.

Nenhum dos vacinados no ensaio da J&J morreu de covid-19, em comparação com cinco mortes no grupo que recebeu placebo.  

Ao contrário das vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna, a J&J não exige uma segunda dose semanas após a primeira e não precisa ser congelada. Isso a torna forte candidata para uso em partes do mundo com infraestrutura de transporte deficitária e instalações de armazenamento a frio insuficientes.

A vacina pode ser armazenada por pelo menos três meses em temperaturas de 2 ºC a 8 ºC, o que seria compatível com a rede usada no Brasil. Em temperaturas de 20 ºC negativos, ela pode ficar estável por dois anos.

Na semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o certificado de boas práticas de produção à Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson que produz a vacina. O certificado é uma das exigências para que fabricantes possam pedir o uso emergencial ou o registro definitivo de vacinas. 

rpr/lf (afp/rtr)