Varoufakis espera fechar acordo "em uma semana"
19 de maio de 2015A Grécia está muito perto de chegar a um acordo com seus parceiros da zona do euro e com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para a liberação de um regaste no próximo mês, afirmou o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, em entrevista à emissora de televisão Star TV, na noite desta segunda-feira (18/05).
"Eu acho que estamos muito perto [de um acordo], eu diria a uma semana", afirmou Varoufakis.
Há quase quatro meses o governo grego e seus credores vêm travando uma batalha sobre reformas que a Grécia precisa fazer para garantir o pagamento de 7,2 bilhões de euros do programa de resgate financeiro em vigor. Sem essa quantia, o país está ameaçado de insolvência nas próximas semanas.
O ministro afirmou que os credores também estão convencidos de que o momento é propício para um acordo. No entanto, Varoufakis ressaltou que Atenas irá rejeitar qualquer compromisso que não considere "viável".
"Eu asseguro que se chegarmos a um dilema entre pagar um credor que se recusa a assinar um acordo conosco ou pagar um pensionista, nós pagaremos o pensionista. Espero que sejamos capazes de pagar ambos", disse o ministro.
Varoufakis também descartou uma possível saída da Grécia da zona do Euro. "Outra moeda não está no nosso radar, nem nos nossos pensamentos", reforçou.
De acordo com o ministro, os principais pontos de discórdia são as reformas trabalhista e previdenciária, além do superávit primário. Os credores exigem mais cortes no valor das pensões, a liberalização do mercado de trabalho e uma economia maior no orçamento do governo.
Atenas, porém, quer um acordo que inclua uma reestruturação da dívida, uma meta de superávit primário menor e a promessa de que não precisará mais reduzir pensões e salários.
Mais cedo, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse que a Grécia havia apresentado propostas detalhadas para um acordo viável. Tsipras, porém, alertou que o país passa por um "estrangulamento financeiro" e que um acordo precisa incluir um programa de investimentos ousado em vez de impor mais cortes nas pensões.
CN/rtr/afp