Venezuela afirma ter fechado acordo com Arábia Saudita
11 de janeiro de 2015Segundo um comunicado difundido pelo governo de Caracas neste domingo (11/01), Venezuela e Arábia Saudita concordaram em coordenar ações para recuperar o preço do petróleo. A nota foi emitida logo após um encontro entre o presidente Nicolás Maduro e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Salman Bin Abdulaziz, na capital Riad.
"Foi acordado trabalhar para recuperar o mercado e os preços do petróleo com políticas de Estado entre as duas potências energéticas", diz o comunicado. Em sua conta no Twitter, Marco Torre, ministro de Economia e Finanças da Venezuela, afirmou que a reunião entre os dois líderes foi "excelente" e teve "importantes resultados".
Entretanto, não foram divulgados detalhes sobre medidas específicas, e um relatório sobre o encontro da agência oficial de notícias saudita não confirmou o acordo.
Além do príncipe herdeiro, Maduro também se reuniu com o príncipe Muqrin Bin Abdulaziz, vice-herdeiro do trono, e com o ministro do Petróleo, Ali al-Naimi. A visita faz parte da viagem do líder venezuelano a vários países-membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Maduro destacou a necessidade de defender o preço do petróleo, apesar de a Arábia Saudita ter rejeitado o corte da produção da Opep, numa estratégia para desestimular a extração do petróleo não convencional através do método fracking.
Segundo a agência de notícias Reuters, após o encontro com Maduro, não havia sinais de que a Arábia Saudita, país que mais exporta petróleo no mundo, fosse tomar medidas para frear a queda dos preços no mercado global.
O preço do barril de petróleo chegou a ficar abaixo dos 50 dólares nesta semana, o nível mais baixo desde maio de 2009. Em Riad, o presidente venezuelano chamou atenção para o fato de o preço do barril ter caído 40% entre junho e dezembro do ano passado e atribuiu a queda ao excesso de oferta do petróleo produzido pelos EUA através do fracking.
Diante da baixa do petróleo, a economia venezuelana encolheu nos primeiros três trimestres de 2014 e suas reservas internacionais se deterioraram.
LPF/dpa/rtr