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Venezuela liberta cinco opositores

1 de novembro de 2016

Libertação de antichavistas ocorre um dia após início de diálogo em busca de solução para crise política e econômica. Oposição suspende marcha e adia julgamento político de Maduro.

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Nicolás Maduro, presidente venezuelano
Nicolás Maduro, presidente venezuelanoFoto: Reuters/M. Bello

Líderes da oposição da Venezuela afirmaram que cinco representantes do antichavismo que estavam detidos foram libertados na noite desta segunda-feira (31/10), um dia depois do início do diálogo entre o governo de Nicolás Maduro e opositores para tentar buscar uma solução para a crise política e econômica que o país atravessa.

Em reconhecimento ao início do diálogo, a maioria opositora na Assembleia Nacional decidiu, nesta terça-feira, adiar a discussão de um julgamento político de Maduro sobre sua responsabilidade na crise vivida pelo país,  A oposição também suspendeu uma marcha que havia convocado para a próxima quinta-feira até o Palácio do Governo.

De acordo com o prefeito do município de Sucre, Carlos Ocariz, entre os cinco opositores libertados estão Carlos Melo, líder do partido Avançada Progressista; Andrés Moreno e Marco Trejo, assessores políticos da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).

O secretário-executivo da MUD, Jesús Torrealba, declarou que também foram libertados Ángel Coromoto Rodríguez, chefe de segurança do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela; e Andrés Leon, que estava em prisão domiciliar.

Delcy Rodríguez, ministra do Exterior da Venezuela, afirmou em Genebra que a libertação dos antichavistas é um primeiro sinal da disposição do governo para levar adiante o diálogo iniciado com a oposição. "Nós temos nos mantido permanentemente à espera dos setores oposicionistas para dialogar e saudamos que finalmente ele [o diálogo] tenha acontecido", declarou.

Acusações incluem posse de explosivos

Melo foi preso no final de agosto, na véspera de uma grande marcha contra o governo, em Caracas, sob a acusação de que possuía alguns artefatos explosivos. Posteriormente, veículos de imprensa locais informaram que o opositor tinha recebido medida substitutiva de liberdade no início de setembro, mas permaneceu em uma cela na sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin).

Por sua vez, Moreno e Trejo foram acusados de "prejudicar a moral das Forças Armadas" ao produzir um vídeo financiado pelo partido Primeiro Justiça. Por conta desse caso, foram detidas outras duas pessoas que continuam na prisão.

A MUD tinha denunciado que Coromoto Rodríguez, de idade avançada, perdeu aproximadamente 40 quilos durante dois meses de detenção devido a uma doença e, por isso, solicitaram uma medida humanitária em seu favor. 

Leon, por sua parte, esteve detido por 415 dias e recebeu o benefício da prisão domiciliar em junho do ano passado, depois de realizar uma greve de fome dentro de uma cela na polícia do estado de Carabobo.

Segundo a oposição, há mais de cem presos políticos na Venezuela, entre eles alguns líderes como Leopoldo López e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma.

No primeiro encontro realizado no domingo, governo e representantes da MUD decidiram criar quatro grupos de trabalho sobre os temas soberania, reparação das vítimas, cronograma eleitoral e situação econômica, a serem coordenados pelos mediadores da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Vaticano. A próxima reunião será em 11 de novembro.

FC/efe/afp/lusa