Villa Epecuén: uma cidade emerge das águas
Há 30 anos, o balneário argentino foi submerso após o rompimento de uma represa. Seu reaparecimento, a partir de 2009, revela paisagens surreais e atrai turistas.
30 anos após o dilúvio
Por esta alameda, costumavam passear frequentadores da Villa Epecuén. Até que o dilúvio se abateu sobre o balneário argentino. Após vários verões chuvosos, o nível da água da laguna próxima alcançou dez metros acima da altura da localidade. Em novembro de 1985, a represa que protegia a cidade se rompeu.
Ressurgimento após um quarto de século
Durante quase 25 anos, o lago cobriu a cidadezinha fundada em 1921 na província de Buenos Aires. Até que em 2009 o nível da água começou a baixar. Nesta fotografia de 2011, as ruas ainda estavam alagadas.
O centro emerge
Uma após a outra, começaram a despontar cada vez mais casas e árvores, e gradativamente a estrutura urbana se tornou visível, com suas alamedas e praças. Até a inundação, o local era uma estação balneária muito frequentada, sobretudo pelos cidadãos abastados da capital Buenos Aires, situada a 500 quilômetros de distância.
Inverno eterno
Com o recuo das águas, um mundo surreal veio à tona. Como num inverno sem fim, a crosta de sal sobre as árvores mortas dá a ilusão de gelo e neve, mesmo em pleno calor de verão.
Sal corrosivo
A surpresa foi enorme quando também antigos bens começaram a aparecer, como o carro da foto. Mas a ação corrosiva da água salgada havia decomposto a maior parte dos objetos. Cerca de 1.500 pessoas viviam em Villa Epecuén quando a localidade foi submersa.
Retorno após três décadas
Há alguns anos, Epecuén voltou a ter habitantes. Pablo Novak, de 85 anos, que cresceu e formou família aqui, é um deles. Acompanhado pelos vira-latas locais, ele mostra os arredores aos netos e a turistas interessados. Os filhos dele continuam evitando o lugar.
Venha, veja e se espante
Antigamente, até 25 mil frequentadores do balneário vinham desfrutar as águas termais de Villa Epecuén, nos dois meses da alta temporada. Hoje em dias os visitantes vêm geralmente sozinhos ou em grupos – mas apenas com o fim de satisfazer a curiosidade sobre a bizarra paisagem. Para o efeito curativo das águas, eles procuram o balneário próximo de Carhuén.
Novo e antigo
Fotografias históricas mostram como era a aparência de Villa Epecuén nos tempos áureos. A imagem é de uma cidadezinha bem cuidada, com ruas largas e a prosperidade trazida pelos veranistas abastados de todo o mundo.
Preservando memórias e o meio ambiente
Viviana Castro luta contra o perigo de que o turismo passe a dominar Villa Epecuén. Ela tinha 20 anos de idade quando a represa se rompeu, submergindo sua terra natal. Juntamente com o marido, ela procura manter as ruínas e também o peculiar ecossistema da laguna.