Vitorioso, Tsipras reafirma fim da austeridade na Grécia
25 de janeiro de 2015Vitorioso nas eleições parlamentares deste domingo (25/01), o líder do partido de esquerda Syriza, Alexis Tsipras, declarou que o resultado das urnas representa o "fim da austeridade e da humilhação, assim como as frequentes e desgastantes inspeções das dívidas do país, que agora são coisa do passado".
Em pronunciamento feito em Atenas, Tsipras afirmou que o país vai trabalhar junto a seus credores – a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional – na busca de uma saída "viável" para a dívida de cerca de 300 bilhões de euros, mas que está determinado a deixar para trás o "desastroso programa de austeridade".
"Hoje nós escrevemos história", afirmou o esquerdista, que deverá ser escolhido novo primeiro-ministro grego. Segundo ele, o país apresentará seu próprio plano de reforma.
Mais cedo, o atual primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, reconheceu a derrota de seu partido, Nova Democracia, e congratulou os opositores. "O povo grego se expressou e todos nós vamos respeitar esta decisão. Tenho a consciência tranquila", afirmou Samaras, ressaltando que assumiu o governo em 2012 quando o país estava "à beira de uma catástrofe", e lembrando que recebeu "uma batata quente nas mãos".
O êxito da aliança de esquerda sobre os governistas foi confirmado logo no primeiro balanço oficial da apuração dos votos. Levantamento parcial já mostrava o Syriza com cerca de 36% dos votos, uma vitória clara sobre a legenda de Samaras, que chega em segundo, com 28%.
A expectativa agora é com relação ao número exato de cadeiras que o Syriza vai assumir no Parlamento, para ter certeza se o partido conquistará a maioria absoluta dos 300 assentos. Resultados parciais mostram a legenda com algo entre 149 e 151 assentos. A Nova Democracia deve chegar a 76 cadeiras.
O terceiro mais votado, segundo projeção oficial parcial, foram os radicais de direita do partido Aurora Dourada, com 6,3%, ou 17 assentos.
Corte da dívida
O resultado das urnas é visto como decisivo para a futura política social e econômica do país altamente endividado. Tsipras, que aos 40 anos deverá ser o primeiro-ministro mais jovem da história da Grécia, pretende manter o país na zona do euro, mas rejeita as imposições dos credores impostas ao país.
O líder do Syriza exige um corte da dívida, algo que os credores da chamada troica – União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu – rejeitam categoricamente.
CA/MSB/dpa/afp