Vitória de separatistas catalães aumenta pressão sobre Madri
28 de setembro de 2015Os separatistas da Catalunha proporcionaram um duro golpe ao governo central espanhol no domingo (27/09) ao conquistarem a maioria no Parlamento regional, a três meses das eleições gerais no país. A vitória encerrou o mandato do Partido Popular (PP), do primeiro-ministro Mariano Rajoy, na província.
O movimento pró-independência da região mais rica da Espanha afirma que a vitória deverá conduzir à independência catalã dentro de um período de dois anos, apesar da resistência em Madri.
A legenda pró-independência Juntos Pelo Sim, liderada pelo chefe do executivo catalão, Artur Mas, conquistou 62 das 135 cadeiras no Parlamento, e poderá formar uma coalizão majoritária com o partido de extrema-esquerda Candidatura de Unidade Popular (CUP), que assegurou outros dez assentos. São necessárias 68 cadeiras para a obtenção da maioria no Parlamento catalão.
Os dois grupos que defendem a independência catalã, porém, ficaram pouco aquém dos 50% do total de votos, conquistando 1,9 milhões do total de 4 milhões. Eles conquistaram maioria no Parlamento graças a um sistema de votos proporcionais.
O resultado levou os opositores de Mas a considerar que a estratégia do líder regional fracassou, após seus esforços de transformar o pleito em um plebiscito indireto sobre a autonomia da região.
Pablo Casado, porta-voz do PP, diz que o governo vai "continuar a defender a unidade espanhola". Madri afirma que vai utilizar todos os meios legais para impedir a independência da Catalunha, que é responsável por um quinto da produção econômica do país.
Alguns analistas acreditam que o movimento pela independência deverá sofrer um revés nas eleições gerais marcadas para dezembro, que deverão decidir pela permanência de Rajoy e do PP no poder. Entretanto, não importa qual seja o resultado, o próximo governo deverá iniciar negociações pela concessão de maiores poderes fiscais e autonomia para a Catalunha.
Nas próximas semanas, terá lugar a formação do Congresso regional e do novo governo, tudo isso enquanto na Espanha se aproximam as eleições legislativas, previstas para dezembro e na qual é provável que o debate catalão siga presente.
RC/dpa/afp