VW pagará multa de 1 bi de euros por escândalo de emissões
13 de junho de 2018A Volkswagen vai pagar uma multa no valor de 1 bilhão de euros (cerca de 4,4 bilhões de reais), imposta por promotores alemães, em relação ao escândalo de emissões envolvendo manipulações ilegais em carros a diesel, informou nesta quinta-feira (13/06) a montadora alemã.
Em comunicado, a empresa assumiu sua responsabilidade no caso e disse ter concordado em pagar a quantia decidida pela promotoria de Braunschweig, na Baixa Saxônia, encarregada das investigações pela proximidade com Wolfsburg, onde fica a sede principal da Volks.
A montadora, que realizou sua própria investigação e decidiu não recorrer da decisão da promotoria, disse esperar que o pagamento da multa na Alemanha tenha "efeitos positivos em outros processos oficiais sendo conduzidos na Europa contra a Volkswagen" e suas subsidiárias.
Os promotores alemães afirmaram que se trata "de uma das mais altas multas já impostas a uma empresa no país". Em sua decisão, eles consideraram que houve o descumprimento do dever de supervisão na divisão de desenvolvimento de agregados relacionados aos testes de veículos.
A imprudência fez com que, entre 2007 e 2015, mais de 10 milhões de veículos estivessem equipados com uma função de software ilegal, que foram vendidos e entraram em circulação em vários países, incluindo Estados Unidos e Canadá.
Em 2015, a Volkswagen reconheceu ter equipado automóveis com esse dispositivo, que os fazia parecer menos poluentes, permitindo à empresa contornar as leis nacionais antipoluição. Os veículos eram vendidos como limpos, mas emitiam poluentes acima do limite permitido.
O escândalo já custou à Volkswagen mais de 25 bilhões de euros (mais de 109 bilhões de reais) em recompras, multas e indenizações, e a empresa continua atolada em disputas jurídicas tanto na Alemanha como em outros países.
Martin Winterkorn, presidente da montadora à época do escândalo, deixou o cargo logo após a revelação das fraudes, em 2015. Seu sucessor, Matthias Müller, também foi substituído em abril deste ano pelo ex-executivo da BMW Herbert Diess.
Tanto Winterkorn como Müller são suspeitos de terem tido conhecimento das fraudes nos veículos muito antes do que foi admitido por eles, o que significaria que ambos falharam em seu dever de informar os investidores da empresa sobre os riscos financeiros.
Em maio, a Justiça americana indiciou Winterkorn por quatro crimes, incluindo conspiração e fraude, devido ao seu envolvimento no escândalo de emissões, afirmando que o executivo sabia da adulteração ao menos desde maio de 2014, mas decidiu continuar com a fraude.
EK/afp/ap/dpa/efe
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