VW e Suzuki
9 de dezembro de 2009A Volkswagen (VW), maior fabricante automobilística europeia, anunciou nesta quarta-feira (9/12) que comprará 19,9% da japonesa Suzuki por cerca de 1,7 bilhões de euros. Em contrapartida, a Suzuki deverá investir metade do dinheiro recebido na compra de ações da Volks.
Ao adquirir parte da quarta maior montadora de carros japonesa, a companhia alemã espera fortalecer sua posição no mercado asiático. Com a transação, o presidente da Volks, Martin Winterkorn, se aproxima de seu objetivo, que é superar a Toyota como líder mundial até 2018.
Sinergias
A Suzuki é líder mundial no setor de carros pequenos. Já a Volks tem como forte o desenvolvimento tecnológico, principalmente de motores. No centro da aliança estará o desenvolvimento de motores com características ambientais, segmento em rápido crescimento, sobretudo híbridos, e também a diesel.
Winterkorn ressaltou que os mercados de ambas as empresas se complementam. A alemã é forte na Europa, China e América do Sul, enquanto a japonesa está bem situada no Sudeste Asiático e sobretudo na Índia. A Suzuki produz anualmente 2,3 milhões de carros, e a Volkswagen, quase 6,3 milhões, o que soma 8,6 milhões, mais do que a Toyota, com 7,5 milhões.
Apesar da grave crise do setor em todo o mundo, a Volkswagen está disposta a investir pesado para cumprir seus objetivos e conquistar a liderança mundial. Na segunda-feira passada, a montadora assumiu o controle de quase metade do segmento esportivo da automotiva alemã Porsche, adquirido por cerca de 3,9 bilhões de euros. A Porsche será a décima marca a se integrar ao grupo VW.
Potencial promissor
Analistas receberam bem a aliança entre as duas companhias. "O potencial para sinergias é bastante promissor", avaliou o analista Tim Schuldt, do banco de investimentos alemão Equinet. Enquanto o grupo alemão é especializado em carros familiares médios, a Suzuki tem seu foco em carros pequenos e em motocicletas, segundo lembra o especialista.
O analista Frank Biller, do banco alemão LBBW, ressaltou como positivo o fato de a Volks, através da transação, garantir uma boa presença nos mercados emergentes, além de lucrar com o acesso à tecnologia para veículos pequenos da Suzuki.
Para o analista do Commerzbank, Daniel Schwarz, entretanto, a montadora alemã pode correr o risco de dar um passo maior que a perna. Na avaliação dele, a aliança tem uma estrutura mercadológica atraente, mas pode ser motivo de problemas, já que a Volkswagen está envolvida atualmente em várias grandes transações paralelamente.
O analista Frank Schwope, do NordLB concorda. "Em termos de perspectiva, parece ser um negócio promissor, mas a VW está agora diante de outros desafios, como a aquisição e integração da Porsche", disse Schwope.
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