Volvo anuncia que só produzirá carros elétricos
5 de julho de 2017A Volvo anunciou nesta quarta-feira (05/07) que, a partir de 2019, todos os novos modelos que saírem de suas fábricas serão elétricos, o que a torna a primeira tradicional montadora do mundo a fixar uma data para abandonar os motores movidos apenas a combustível.
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No mercado desde 1927, a montadora sueca, famosa nas últimas décadas por seus altos padrões de segurança, disse que a decisão é uma das mudanças "mais significativas já realizadas por uma fabricante" e atende ao desejo de seus próprios clientes.
Segundo a empresa, o objetivo é vender 1 milhão de veículos até 2025, de variados modelos – de carros totalmente elétricos a versões híbridas. A decisão inicialmente se aplica à Volvo Cars, ou seja, os caminhões continuarão a ser produzidos como agora pela Volvo Trucks.
"O anúncio marca o fim dos motores exclusivamente a combustão", anunciou Hakan Samuelsson, presidente da Volvo. "A demanda por carros elétricos é crescente, e queremos dar uma resposta a nossos consumidores."
O plano da Volvo, que desde 2010 pertence à companhia chinesa Geely, é lançar cinco carros totalmente elétricos entre 2019 e 2021. Três deles serão modelos Volvo e dois de sua ramificação de carros de alto desempenho Polestar.
Segundo a Volvo, modelos anteriores a 2019 com motor a combustão continuarão ser fabricados para suprir as encomendas, mas serão gradualmente substituídos por motores elétricos ou híbridos - a opção será oferecida em todos os casos.
A montadora destacou que, assim, continua em sua meta de reduzir a poluição nas cidades e atingir uma produção sem qualquer vestígio de emissões de carbono até 2025
A decisão da Volvo acompanha uma tendência de mercado na Suécia, onde o governo planeja em 2018 aumentar os impostos para carros a combustível.
"Nós temos metas climáticas elevadas na Suécia, e o setor de transporte terá que mudar nessa direção", disse o ministro da Indústria e Inovação, Mikael Damberg.
Especialistas estimam que as taxas para um modelo SUV da Volvo, por exemplo, poderiam subir para cerca de 1.500 euros anuais - cinco vezes mais do que é pago agora. Passaria, então, a ser menos custoso para os consumidores apostar nos elétricos.
No ano passado, a empresa bateu recorde de vendas, com 534 mil carros, um aumento de 6% em relação ao ano anterior.
RPR/ap/ots