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Vários mortos em protestos no Irã

1 de janeiro de 2018

Protestos foram inicialmente contra política econômica, mas se converteram em crítica ao sistema islâmico. Televisão estatal fala de ao menos dez mortes. Centenas de pessoas foram detidas.

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Onda de protestos no Irã começou semana passada
Onda de protestos no Irã começou semana passadaFoto: Reuters

A televisão estatal iraniana informou nesta segunda-feira (1º/01) que dez pessoas morreram durante os protestos no Irã e que as forças de segurança conseguiram impedir que "manifestantes armados" tomassem de assalto esquadras de polícia e bases militares, segundo a agência de notícias AP. 

 O governo iraniano havia advertido no domingo que os manifestantes "pagarão o preço" pelos protestos, depois de uma nova noite de manifestações contra o poder no país. Centenas de pessoas teriam sido detidas. 

 "Aqueles que destroem a propriedade pública, criam desordem e agem ilegalmente devem responder pelas suas ações e pagar o preço. Agiremos contra a violência", afirmou o ministro do Interior iraniano, Abdolreza Rahmani Fazli no domingo. Já o presidente do Irã, Hassan Rohani, havia pedido calma aos manifestantes e até mesmo defendido o "direito de fazer críticas".

Mesmo assim, milhares de pessoas voltaram a protestar nas ruas na última noite. Como a mídia iraniana quase não fala sobre os protestos, muitas informações e vídeos se espalharam nas redes sociais, cuja verificação da autenticidade é praticamente impossível. Dependendo da fonte, há informações sobre 100 a 800 detidos em todo o país.

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Funcionários iranianos de alto escalão teriam agendado uma reunião de emergência para analisar os tumultos que começaram na quinta-feira passada (28/12) em Mashhad e se alastraram para outras cidades. Com o passar do tempo, os motivos dos protestos se diversificaram. Muitos se queixam da política econômica do governo e do alto custo de vida, mas outros criticam as altas taxas de desemprego e o próprio sistema islâmico, relatam agências de notícias como a DPA. São as maiores manifestações no país desde 2009. 

A polícia afirma ter se restringido ao uso de canhões de água e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, mas agências de notícias como a AFP dizem que as mortes na cidade de Ize foram causadas por armas de fogo.

Além disso, houve feridos e pessoas foram detidas, algumas com armas, munições e explosivos, segundo disse o deputado Hedayatolá Jademi à agência de notícias Ilna. De acordo com informações não confirmadas que aparecem nas redes sociais, Ize teria sido tomada por um curto período de tempo por opositores do governo.

Nos protestos, algumas pessoas se tornaram violentas e incendiaram vários carros. Já as duas mortes no sábado em Dorud teriam sido causadas por outros manifestantes. As redes sociais voltaram a funcionar neste domingo, um dia depois que as autoridades iranianas bloquearam o acesso a aplicativos como Telegram e Instagram, que servem como meio de comunicação nas ruas.

RW/AFP/lusa/dpa

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