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Vítima decapitada na França era chefe do principal suspeito

26 de junho de 2015

Ataque a fábrica de produtos químicos perto de Lyon deixa uma pessoa morta. Principal suspeito é detido no local e identificado. Hollande afirma que atentado é de natureza terrorista.

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Foto: Getty Images/AFP/P.Desmazes

O homem decapitado no atentado desta sexta-feira (26/06) contra uma fábrica de produtos químicos perto de Lyon, no leste de França, era o chefe do principal suspeito do ataque, Yassin Salhi, de 35 anos, segundo uma pessoa ligada às investigações.

A cabeça da vítima, dono de uma empresa de transporte e entregas rápidas da região, foi dependurada numa das grades exteriores da usina, de propriedade do grupo americano Air Products e localizada em Saint-Quentin-Fallavier. Imagens de uma câmera de vigilância mostram que a cabeça foi colocada no local pelo autor do ataque. Ela estava enrolada numa bandeira com inscrições islâmicas, em árabe.

Segundo as investigações preliminares, a vítima, de cerca de 50 anos, tinha uma empresa de transportes nos arredores de Lyon e uma autorização de trânsito para entrar nas instalações da usina. Salhi e o seu chefe iriam fazer uma entrega no local, mas o empregado matou e decapitou o patrão e depois entrou nas instalações da usina com o veículo usado para as entregas. Lá dentro, conduziu o veículo contra contâineres de gás para provocar uma explosão. Ainda não está claro se ele agiu sozinho ou se tinha um cúmplice.

Uma das primeiras equipes de emergência a chegar ao local ouviu Salhi gritar "Alá é grande", disse a pessoa ligada às investigações. Foi essa equipe, de bombeiros, que conseguiu dominar o suspeito até à chegada da polícia. O suspeito não tem antecedentes criminais nem ficha na polícia, mas foi alvo de investigações em 2006 por suposta ligação com o movimento salafista. Ele nasceu na França, de um pai de origem argelina e de uma mãe de origem marroquina, e tem três filhos.

"O ataque foi de natureza terrorista, uma vez que o corpo foi descoberto decapitado e com inscrições", declarou o presidente François Hollande, logo depois do ataque. "Não foi uma fatalidade." Ele deixou a reunião de chefes de Estado e de governo dos 28 países-membros da União Europeia em Bruxelas para retornar à França e acompanhar as investigações.

Mas uma mulher que se identificou como a esposa do Salhi afirmou a uma rádio francesa que não se trata de um ataque terrorista. "Estão dizendo nas notícias que é um ataque terrorista, mas isso é impossível. Eu o conheço, ele é meu marido. Temos uma vida familiar normal."

AS/lusa/afp