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Weidenfeller estreia na seleção alemã e reforça tradição de bons goleiros

Daniel Martínez (md)15 de novembro de 2013

Aos 33 anos, craque do Borussia Dortmund é convocado pela primeira vez para defender a seleção. Tradição de bons arqueiros torna a posição a mais disputada da equipe.

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Foto: picture-alliance/augenklick/firo Sportphoto

Roman Weidenfeller, goleiro do Dortmund, não conseguiu encontrar um lugar na seleção alemã no início de sua carreira devido à forte concorrência de gigantes do calibre de Oliver Kahn, Jens Lehmann e Jörg Butt. Depois, quando ocorreu a troca de geração, ele já estava relativamente velho, e os convocados acabaram sendo outros, os jovens Manuel Neuer, René Adler e Tim Wiese.

A Copa do Mundo de 2014 pode ser a última chance para Weidenfeller − um dos melhores goleiros da Europa no momento − defender as cores do seu país num grande evento. Atrás dele já vêm vários jogadores mais jovens e com enorme talento, como Bernd Leno (Leverkusen), Marc-André ter Stegen (Gladbach), Kevin Trapp (Frankfurt), Ron-Robert Zieler (Hannover) e Sven Ulreich (Stuttgart).

Talento de sobra

Se existe algo que não falta no futebol alemão são bons arqueiros. Entre eles, a concorrência pelos poucos lugares na seleção é mais intensa do que em qualquer outra posição. Weidenfeller é o melhor exemplo disso. Mesmo após se sagrar campeão alemão em 2011 e 2012 com o Dortmund, não conseguiu que seus títulos o habilitassem a integrar a seleção do técnico Joachim Löw, que só agora o chamou, depois de três grandes temporadas na Bundesliga e na Liga dos Campeões.

A qualidade dos goleiros alemães também se reflete na sua presença no campeonato local. Cerca de 77% das equipes da primeira divisão da Bundesliga confiam essa posição a talentos nacionais, uma estatística impressionante quando comparada com outras grandes ligas europeias, onde mais da metade dos arqueiros são importados de outros países.

"Isso é fruto da excelente formação. Hoje, é normal que equipes das divisões inferiores e de categorias infanto-juvenis tenham um treinador de goleiros", explica Toni Schumacher, goleiro campeão com a Alemanha na Eurocopa de 1980, em entrevista ao portal da Federação Alemã de Futebol (DFB). A opinião dele é ratificada por Andreas Köpke, o homem que mais entende do assunto no país.

Bildergalerie Bayern München Rekordsaison Manuel Neuer 02.02.2013
Manuel Neuer é o titular no gol do Bayern de Munique e também na seleção alemãFoto: picture-alliance/dpa

Segredo é começar cedo

Köpke é treinador de goleiros da seleção alemã e parte de seu trabalho é supervisionar as estratégias de formação de jogadores nessa posição nas diversas categorias do futebol alemão. "O sucesso está ligado aos centros de formação criados por clubes da Bundesliga após a catastrófica participação na Eurocopa de 2000. Neles, os jovens goleiros são preparados desde muito cedo para o esporte profissional", explica, em entrevista à revista alemã especializada em futebol 11 Freunde. "Lá temos treinadores de goleiros muito bons, que trabalham no incentivo e formação dos garotos."

Ainda na tenra idade, os arqueiros aprendem o novo conceito exigido da posição na Alemanha. Eles são muito mais envolvidos nas questões táticas; integrados nos treinamentos de grupo, especialmente nos treinos de passes; e aprendem a dominar o espaço de 20 metros adjacente à pequena área. No treinamento, é enfatizada a importância de ser mais um jogador da equipe, de atuar como último defensor e também como o primeiro a puxar o ataque. "O mais importante é o domínio do jogo de transição, pois eles são fundamentais para mudar o ritmo, para acelerar ou desacelerar o jogo", ressalta Köpke.

O lendário Sepp Maier, arqueiro campeão mundial em 1974, diz que o talento alemão sempre foi abundante nessa posição. "Sempre tivemos bons arqueiros, e creio que somos a única seleção do mundo que nunca teve dificuldade para preencher essa posição." E esta é a razão pela qual Weidenfeller teve que esperar completar os 33 anos para ser convocado pela primeira vez para a equipe nacional.