Xangai registra primeiras mortes por covid-19 em novo surto
18 de abril de 2022A China reportou nesta segunda-feira (18/04) as três primeiras mortes por covid-19 em Xangai desde o início do lockdown total imposto há cerca de um mês. Segundo as autoridades, os três mortos eram idosos, tinham doenças subjacentes, como diabetes e hipertensão, e não estavam vacinados contra o coronavírus.
Pequim insiste em adotar uma política de tolerância zero à covid-19, impondo isolamento a infectados, testes em massa, bloqueios a cidades inteiras e longas quarentenas. As medidas conseguiram evitar um colapso no sistema de saúde, como ocorreu em vários países, além de um grande número de mortos. Em pouco mais de dois anos de pandemia, a China registrou 4.641 óbitos por covid.
A maioria dos 25 milhões de habitantes de Xangai está confinada nas suas casas, pela terceira semana. Capital financeira do país e sede do porto mais movimentado do mundo, a cidade é o epicentro do maior surto de covid registrado desde o surgimento da pandemia em Wuhan, no final de 2019.
Somente em Xangai, mais de 300 mil casos de covid foram registrados desde o início do atual surto, em março. Nas últimas 24 horas, a China contabilizou 23.362 novas infecções, quase todas em na metrópole financeira.
Xangai parecia despreparada para um surto tão grande. Em lockdown, moradores enfrentam dificuldades para a ter acesso a alimentos e medicamentos, com supermercados e farmácias fechados. Dezenas de milhares de habitantes foram levados para centros de quarentena, onde as luzes estão sempre acesas, o lixo se acumula e não existem chuveiros com água quente.
Qualquer pessoa com resultado positivo, mas que não tenha sintomas, deve passar uma semana numa destas instalações. Embora o Partido Comunista Chinês tenha pedido medidas de prevenção mais direcionadas, as autoridades locais continuam a adotar medidas rigorosas.
Há relatos de cidades que oferecem recompensas de até 50 mil yuans (cerca de 36,8 mil reais) para aqueles que denunciaram infectados que estão mentindo sobre terem contraído o coronavírus, visando escapar a quarentena obrigatória.
CN (afp, Lusa)