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Índia encerra eleição que deve reeleger Narendra Modi

19 de maio de 2019

Indianos vão às urnas na sétima e última fase do pleito geral para o Parlamento indiano. Pesquisas de boca de urna sugerem vitória do partido nacionalista hindu do primeiro-ministro, que deve ganhar segundo mandato.

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Eleito primeiro-ministro em 2014, Modi visita o templo de Kedarnath na véspera do último dia de eleições na Índia
Eleito primeiro-ministro em 2014, Modi visita o templo de Kedarnath na véspera do último dia de eleições na ÍndiaFoto: IANS/Twitter/@narendramodi

Indianos foram às urnas neste domingo (19/05) para a sétima e última fase das eleições gerais no país. Pesquisas de boca de urna indicam uma vitória clara do Partido do Povo Indiano (BJP), legenda nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi.

O pleito, o maior do mundo com um eleitorado de 902 milhões de pessoas, teve início em 11 de abril. A contagem de votos das sete fases das eleições está prevista para a próxima quinta-feira, 23 de maio, e os resultados só devem ser conhecidos na quinta ou na sexta-feira.

A maioria das sondagens divulgadas neste domingo mostra uma folgada vitória para o BJP, que pode obter entre 287 e 306 cadeiras das 543 que formam a Lok Sabha, a câmara baixa do Parlamento da Índia. O resultado garantiria um segundo mandato a Modi como primeiro-ministro do país.

A coalizão opositora, liderada pelo principal partido de oposição da Índia, o Congresso Nacional Indiano (INC), aparece em segundo nas pesquisas, obtendo entre 128 e 132 assentos. O restante das cadeiras seria distribuído entre partidos regionais.

Sob a fórmula de regime parlamentar, na Índia uma força política precisa somar o apoio de uma maioria simples, ou seja, pelo menos 272 parlamentares, para poder formar governo.

As pesquisas sugerem que o BJP de Modi perderá cadeiras em comparação com as eleições de 2014, mas com a ajuda de aliados conseguirá alcançar maioria. O INC, por sua vez, deve mais que dobrar o número de assentos conquistados há cinco anos, que foi de 42 parlamentares.

Bocas de urna nem sempre tiveram sucesso em acertar o número de assentos previstos em eleições na Índia, dado o número elevado de eleitores em todo o país, mas analistas afirmam que o resultado geral tem sido geralmente correto.

As eleições deste domingo, que marcaram a última das sete fases do pleito indiano, registraram 61% de participação nas urnas e definiram 59 das 543 cadeiras no Parlamento.

Dezenas de milhares de policiais e paramilitares foram escalados para fazer a segurança no estado de Bengala Ocidental, símbolo das crescentes tensões entre o BJP e partidos da oposição durante as seis semanas de pleito.

Longas filas se formaram do lado de fora dos locais de votação no estado localizado no leste da Índia, embora o BJP e seus rivais tenham se acusado mutuamente de usar violência, fraude e intimidação para evitar que os eleitores fossem às urnas.

Uma bomba improvisada chegou a ser lançada em um local de votação em Calcutá, capital de Bengala Ocidental, e conflitos entre apoiadores do BJP e de partidos opositores foram registrados no estado de Punjab, no norte do país.

Freiras da congregação católica Missionárias da Caridade fazem fila para votar em Calcutá neste domingo
Freiras da congregação católica Missionárias da Caridade fazem fila para votar em Calcutá neste domingoFoto: Getty Images/AFP/A. Data

Altos e baixos de Modi

Narendra Modi, o carismático líder nacionalista hindu, foi eleito primeiro-ministro cinco anos atrás, depois de prometer uma melhor infraestrutura, um crescimento econômico mais rápido e menor desemprego.

Durante seu mandato, houve melhorias nas rodovias e redes ferroviárias da Índia. Os planos de Modi para promover conexões de gás gratuitas para mulheres nas áreas rurais também aumentaram sua popularidade.

Em seu manifesto eleitoral, o BJP se concentra no bem-estar dos agricultores, na segurança nacional, na saúde e na economia. O partido também usou um recente conflito com o Paquistão, em fevereiro, para atrair mais eleitores.

Enquanto isso, Modi conseguiu manter uma imagem limpa, apesar das repetidas alegações de corrupção por parte da oposição.

Ao mesmo tempo, o crescimento econômico da Índia tem sido menos que espetacular cinco anos depois de Modi assumir o poder. A taxa de desemprego do país está no seu nível mais alto em mais de 45 anos. O crescimento agrícola despencou nos últimos anos, levando muitos agricultores a cometer suicídio. O investimento estrangeiro direto também despencou.

Além disso, o BJP sob a presidência de Modi tem apoiado organizações marginais de direita, muitas das quais foram responsáveis ​​pelo linchamento de indivíduos que supostamente teriam consumido carne bovina.

Aliança de oposição

O INC, que o BJP derrotou nas eleições de 2014, emergiu como o mais poderoso adversário de Modi. Em seu manifesto eleitoral, o partido prometeu uma renda garantida para os 20% mais pobres da Índia, um bom sistema de saúde, o direito a moradias populares e uma redução do desemprego nos próximos cinco anos.

Rahul Gandhi, o jovem líder do INC, também parece ter se reinventado ultimamente e tem desempenhado um papel significativo em conduzir seu partido a vitórias em várias eleições estaduais. Recentemente, sua irmã, Priyanka Gandhi, entrou na briga política, em uma tentativa de aumentar a popularidade do partido.

O INC também formou uma coalizão nacional de partidos regionais, conhecida como Mahagathbandhan, para derrotar o BJP. No entanto, as desavenças e discordâncias passadas entre os atores políticos regionais enfraqueceram a aliança antes mesmo das eleições.

EK/afp/dpa/efe/rtr

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