Angola: Líderes da oposição pedem marchas pacíficas
17 de junho de 2023O posicionamento foi expresso hoje num comunicado subscrito pelos líderes desta plataforma, Adalberto da Costa Júnior (UNITA), Filomeno Vieira Lopes (Bloco Democrático) e Abel Chivukuvuku (PRA-JA Servir Angola).
Em causa está um protesto, convocado por organizações da sociedade civil a nível nacional contra "o mega-aumento do preço dos combustíveis" e "cerceamento das liberdades das associações e organizações não governamentais".
Oposição solidária com manifestantes
Os líderes da FPU manifestam solidariedade com as reivindicações de melhoria salarial dos trabalhadores da saúde e da educação e melhores condições de vida para toda população, em particular, as zungueiras (vendedoras ambulantes), os moto taxistas e taxistas atingidos de forma brutal pelo aumento do custo dos combustíveis.
Apontam, no comunicado, o elevado nível de insensibilidade institucional para os graves problemas nacionais, face a uma onda de protesto generalizada, criticando a resposta institucional tem "violenta e, no decurso da qual, 11 cidadãos civis perderam a vida, entre os quais uma criança de 12 anos, para além de alguns membros das forças policiais".
Os números oficiais apontam para cinco mortes durante confrontos entre polícia e manifestantes no Huambo.
"As lideranças afirmam o direito ao protesto pacífico como forma inequívoca da sociedade fortalecer os meios de ação democráticos", referem, assinalando que o objetivo é fazer "uma chamada de atenção ao Executivo angolano do efeito devastador destas medidas e "que a cada dia torna o exercício de sobrevivência das famílias insuportável".
Exortam por isso o Presidente da República a não pôr em causa o direito às manifestações a pretexto de estarem ao "serviço de partidos políticos" e não ordenar às forças policiais e às forças armadas que exerçam repressão aos manifestantes, "deixando que de forma pacífica possam exprimir a dor que lhes vem na alma".
Às instâncias internacionais que não validem "as habituais narrativas de desordem, anarquia, etc., que viabilizam a intervenção militar" e aos media "que façam uma cobertura real dos propósitos das marchas", apelam.
Os líderes da FPU instam os participantes a seguirem as instruções dos organizadores e a denunciarem qualquer tentativa de aproveitamento de operadores infiltrados perturbarem o caráter pacífico dos eventos.