Angola: Quem são os candidatos do PRS, FNLA e APN?
31 de julho de 2017As eleições presidenciais em Angola ocorrem a 23 de agosto, mas a campanha eleitoral teve início oficialmente no passado dia 23 de julho e decorre até 21 de agosto.
A DW África já traçou o perfil dos candidatos Abel Chivukuvuku, da Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE), João Lourenço,do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e de Isaías Samakuva, da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). Agora, apresentamos os restantes candidatos às presidenciais: Quintino Moreira, da Aliança Patriótica Nacional (APN), de Benedito Daniel, do Partido de Renovação Social (PRS)e de Lucas Ngonda, da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).
A começar pelo mais jovem
A APN concorre pela primeira vez e o seu Presidente, Quintino Moreira, traz uma promessa tentadora: criar um milhão de empregos - o dobro do que o MPLA, o partido no poder, promete nestas eleições.
Transformar a província do Namibe num Dubai africano, construir e distribuir casas gratuitas aos deficientes físicos ou, ainda, criar duas capitais para o país, sendo uma económica e outra político-administrativa, são outras das promessas de Quintino Moreira.
Aos 43 anos, é o mais jovem entre os seis candidatos à presidência de Angola. Professor de profissão, é licenciado em Direito e já foi deputado na legislatura de 2008 a 2012, tendo sido eleito pela Nova Democracia, uma coligação de partidos políticos que acabou por ser extinta pelo Tribunal Constitucional nas eleições passadas, por não ter atingido 0,5% dos votos.
APN defende igualdade entre províncias
Quintino Moreira acredita que a igualdade é um fator importante: "para advogarmos os vossos problemas, para acabarmos com as assimetrias regionais, nós vamos desenvolver todas as províncias em pé de igualdade. Não pode haver províncias de primeira e províncias de segunda", defende o candidato.
O candidato da APN reforça a necessidade de resolver o problema social do desemprego. "A nova formação política no país quer propôr à juventude um milhão de empregos uma vez que seja eleita nestas eleições de 23 de agosto", afirma.
Caso não seja eleito para terceiro Presidente de Angola, o autoproclamado candidato da juventude, Quintino Moreira, pede aos angolanos para que equilibrem o Parlamento no sentido de se acabar com a ditadura parlamentar do MPLA.
"Nós, Aliança Nacional, viemos para esta localidade para dizer que vamos equilibrar a Assembleia Nacional. Precisamos no mínimo de 20 a 40 deputados para acabar com a ditadura parlamentar".
PRS: descentralizar e desconcentrar
Outro candidato à Cidade Alta chama-se Benedito Daniel, de 56 anos. Eleito presidente do PRS, é licenciado em Ciêncas da Educação e deputado desde 2012.
Benedito Daniel promete essencialmente uma revisão da Constituição com vista a introduzir um regime federal - sistema político em que os Estados conservam a sua autonomia - que permita a desconcentração e descentralização do sistema político do país.
"O partido político que governa com um sistema unitário pode chegar a uma fase do desenvolvimento da sua economia e perceber que pode evoluir para o sistema federal, fazendo uma reforma constitucional para garantir que as províncias ou os estados federais possam tomar medidas sem recurso à consulta ao Presidente", explicou o canditado Benedito Daniel.
O candidato do PRS considera que o seu programa é "o único" que traz uma "descentralização e desconcentração efetiva". Segundo Benedito Daniel, "garantimos aos eleitores uma autonomia legislativa, política e financeira", por considerar ser assim que "podemos levar Angola rumo ao progresso".
FNLA valoriza setores nacionais
Por último, apresentamos o professor e sociólogo Lucas Nbengui Ngonda, o mais velho entre os candidatos às eleições gerais de 23 de agosto. De 77 anos, concorre pela FNLA.
Ngonda é um combatente pela independência e concorre pela segunda vez à sucessão de José Eduardo dos Santos a Presidente de Angola.
Segundo o candidato, a FNLA propõe-se prestar uma atenção especial à pobreza, saúde, educação e emprego, para desenvolver a estabilidade social em Angola. "Queremos combater a pobreza, a miséria, enfim… na família angolana é onde há muita pobreza", disse o então deputado pelo partido.
Quanto ao setor da saúde, Lucas Ngonda questiona as escolhas de lugares fora de Angola para curar as doenças. "Por que razão todos os dirigentes do país, mesmo [para curar] o paludismo, vão a África do Sul? [Para curar] a febre tifóide vão aos Estados Unidos? Para curar a malária vão a Inglaterra?".
O candidato da FNLA critica os dirigentes de Angola quanto à educação dos filhos em escolas que não são angolanas. Ngonda desafia os cidadãos eleitores: "façam uma investigação e vão ver que são poucos os dirigentes que têm os seus filhos nessas escolas [nacionais]". Afirma serem alunos de escolas portuguesas, francesas, inglesas "ou, então no exterior".
Ngonda questiona: "que país estamos a construir?".