Armando Guebuza e Afonso Dhlakama reuniram-se em Nampula
8 de dezembro de 2011Foi na cidade de Nampula onde vive atualmente Afonso Dhlakama e à margem de uma visita de trabalho do Presidente Guebuza à chamada capital do norte de Moçambique, que o chefe de Estado se reuniu com o líder da oposição moçambicana.
O encontro entre Dhlakama e Guebuza era esperado pelos moçambicanos e implorado pelas diferentes sensibilidades da sociedade pelo crescendo das ameaças do líder da RENAMO de tomar conta do poder à semelhança da chamada “Primavera árabe” que abalou as ditaduras em alguns países muçulmanos.
À saída do encontro desta quinta feira (08.12) Dhlakama era um homem otimista dizendo que o primeiro frente a frente mantido com o presidente moçambicano abre boas perspetivas para um diálogo profundo sobre os problemas do país.
Dhlakama afirmou que não houve nenhum acordo escrito, mas as partes acordaram em manter o diálogo: “Não temos acordo assinado, mas vamos constituir grupos de trabalho, um da FRELIMO e outro da RENAMO, para darmos continuidade ao diálogo”. Dhlakama acrescentou ainda que as duas partes têm uma agenda “com vários pontos que devem ser discutidos”.
Para Afonso Dhlakama, essa agenda comportaria questões recorrentes na vida dos moçambicanos, como “as fraudes que acontecem em quase todos os pleitos eleitorais”, ou então o problema dos soldados da RENAMO que foram integrados no exército moçambicano, mas cujo estatuto “não tem sido o que ficou acordado”.
Segundo Dhlakama, o seu partido também quer uma melhor distribuição de oportunidades e da riqueza. “Só os membros da Frelimo participam nos grandes projetos em Moçambique”, disse Dlhakama para acrescentar em seguida “eu também quero ser empresário”.
O Presidente da Republica, Armando Gebuza que depois deste encontro partiu para uma visita à Tanzânia ainda não se pronunciou sobre o seu encontro com Dhlakama.
Mas, para o analista politico Amorim Bila o Presidente da República ao receber Dhlakama em audiência cumpriu a sua promessa de mais diálogo na sociedade. "Lembro-me que durante a celebração do dia da paz (04.10) o chefe de Estado moçambicano disse que o diálogo entre os moçambicanos é importante”. E Amorim Bila conclui ao afirmar que “os grupos de trabalho agora anunciados vão produzir matérias que se enquadram no trabalho do dia a dia do governo”.
Autor: Ezequiel Mavota (Maputo)
Edição: Carla Fernandes / António Rocha