As dificuldades de ser estudante universitário em Angola
28 de setembro de 2015As dificuldades começam logo pela falta de livros, tanto nas universidades como nas livrarias angolanas. "Nas bibliotecas, não encontramos os livros que precisamos", conta a estudante universitária Justina Vieira.
Os alunos dizem que chegam a gastar cerca de 300 dólares para adquirir um só livro.
"A maior parte do acervo bibliográfico é estrangeira e só conseguimos obter fora do país. Aqui, os livros são muito caros. Às vezes, compramos um livro pelo equivalente a cem euros, enquanto que no Brasil o preço ronda os cinco euros", conta a estudante Isandra Capita.
Investigação é difícil
Por isso, fazer investigação torna-se mais difícil. Ainda para mais quando o acesso a fontes é dificultado.
Isandra Capita, estudante de Comunicação Social, conta que tentou fazer uma pesquisa sobre a Televisão Pública de Angola (TPA), mas nunca obteve resposta. "Enviámos uma carta, mas já passaram dois anos e até agora não nos responderam."
Outro problema é a falta de laboratórios: "Não temos laboratórios de medicina nem para outras áreas de formação."
Aumento no preço das propinas
Por causa da crise financeira que se vive em Angola, algumas universidades tentaram alterar o preço dos emolumentos. No entanto, a ideia não avançou em virtude da polémica que se levantou à volta do caso.
Quanto ao pagamento das propinas, os estudantes divergem no que concerne às tarifas praticadas.
O pagamento varia dependendo do curso e da instituição. Atualmente, os preços rondam os 175 euros e podem chegar aos 250, sem contar com as multas a pagar quando um estudante se atrasa no pagamento.
Isandra Capita não está muito preocupada com o valor das propinas. Mas Anselma Marino discorda: "Mensalmente, pago cerca de 175 euros, o que é muito caro para mim, porque o valor não é compatível com o meu salário". Justina Vieira reclama das multas. Segundo ela, muito pesadas.