Estudantes angolanos no Brasil solidários com ativistas
13 de agosto de 2015O vídeo “Liberdade já. Angola livre”, publicado nas redes sociais, visa solidarizar-se com os presos políticos em Angola. Foi criado por um grupo de jovens estudantes em S. Paulo, no Brasil.
A DW África falou com o mentor da iniciativa, Osvaldo Gomes, estudante de administração numa universidade privada. O jovem diz que tem "tido contato com outros estudantes que partilham os mesmos ideais" e então decidiram fazer o vídeo.
A razão é porque vai regressar à Angola e não quer voltar ao seu país e ver os seus filhos “passarem pelo mesmo que ele está a passar”. Osvaldo espera que “eles encontrem uma Angola livre do ponto de vista socioeconómico e estrutural”. O jovem quer que o seu país “tenha tudo aquilo que faz uma sociedade boa para se viver como mais cultura e melhor educação”, conta o estudante.
Osvaldo, tal como os seus companheiros, quer que as pessoas possam expôr os seus pensamentos livremente e sem medo de represálias, “liberdade de expressão” diz o jovem e acrescenta que “decidiram fazer o vídeo sob forma de protesto não só em apoio a esse pessoal que está preso, como também contra outras injustiças que o governo de José Eduardo dos Santos tem feito nos últimos anos” comenta.
O estudante angolano diz-se “indignado” e “frustrado” por ver as notícias à distância e nada poder fazer.
Video "Liberdade já. Angola Livre"
Com o vídeo, “Liberdade já. Angola Livre”, Osvaldo Gomes espera incentivar mais pessoas para que “não tenham medo” e “possam dar a cara para protestar sobre aquilo que está mal. Queremos que as pessoas despertem e tenham consciência do que está a passar-se. Quanto mais gente tiver noção do que está a acontecer melhor”, concluiu Osvaldo Gomes.
Eurodeputados pedem condenação pública dos acontecimentos em Angola
É precisamente no panorama internacional que continuam a aumentar as pressões sobre o regime angolano. Um grupo de 20 eurodeputados escreveu à chefe da diplomacia europeia a pedir uma condenação pública dos recentes acontecimentos em Angola. Segundo a agência de notícias Lusa, na missiva enviada à Alta Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, os eurodeputados relataram os acontecimentos ocorridos a 08 de agosto em Luanda, dia da realização de uma marcha promovida pelas mães e familiares dos 15 jovens ativistas que estão em prisão preventiva desde junho.
No texto dirigido a Federica Mogherini, os parlamentares europeus referem que a marcha foi recebida com "extrema brutalidade policial", indicando que vários manifestantes foram espancados pelas autoridades e atacados pelos cães das forças policiais.
Os parlamentares perguntaram ainda na missiva se a Alta Representante vai condenar publicamente "a brutalidade policial e as restrições contra manifestações pacíficas" em Angola.