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Ativista Nito Alves agredido no Hospital Prisão de São Paulo

Manuel Luamba (Luanda)15 de junho de 2016

Nito Alves, que se encontra a cumprir pena no Hospital Prisão de São Paulo, foi agredido esta segunda-feira (13.06) por agentes prisionais. Em Kakila, onde estão outros membros dos 15+2, foi feita uma revista surpresa.

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Nito AlvesFoto: DW/P. Borralho

As denúncias dos abusos foram feitas pelas famílias dos ativistas, que consideram uma injustiça o que se passou no Hospital Prisão de São Paulo e na cadeia de Kakila.

“[Nito Alves] pediu para ir cortar o cabelo e, depois da autorização, foi ao local onde se corta o cabelo. Um tempo depois, houve uma ordem do chefe dos serviços prisionais que disse que ele não podia cortar o cabelo”, conta Fernando Baptista, pai de Nito Alves, que acrescenta que depois de o filho afirmar que “tinha autorização, foi agredido e arrastado até à cela onde se encontra.

Menezes Kassoma, porta-voz dos serviços prisionais de Luanda, confirmou à DW África o pedido de Nito Alves. No entanto, afirma que o ativista tentou criar uma situação embaraçosa no local onde decorria um culto de ação de graças da Igreja Metodista, quando lhe pediram que aguardasse.

Kassoma nega as agressões. “Face a esta situação, Nito insurgiu-se contra as autoridades e disse que não iria sair do local, o que ia atrapalhar o culto, e foi retirado de lá. Não houve agressão, como afirmou o seu pai”, afirma o porta-voz dos serviços prisionais luandenses.

Cadeia de Kakila alvo de revista surpresa

Na cadeia de Kakila, o jornalista e professor universitário Domingos da Cruz, condenado a oito anos e seis meses de prisão, foi alvo de uma revista surpresa. Esperança Gonga, esposa do recluso, afirma que os motivos da revista não foram revelados.

Angola Journalist Domingos da Cruz
Domingos da Cruz, jornalista e ativistaFoto: DW/Nelson Sul D´Angola

“Vinham equipados com granadas, choques elétricos e outros equipamentos que a polícia utiliza. Não deram informações nenhumas, disseram apenas que eram ordens superiores”, explica Esperança. “Nós temos direito a esclarecimento, mas até agora não dizem nada.”

A esposa de Domingos da Cruz diz que também “se puseram a revistar a sala onde eles costumam fazer as leituras. Mandaram-nos entrar nas celas enquanto eles revistavam e não aceitaram. Depois da revista, foram embora”.

Menezes Kassoma afirma que “nesta revista, de entre vários objetos proibidos, foi encontrado um telemóvel de marca Samsung”.

Na quinta-feira (09.06), os familiares dos ativistas, condenados no dia 28 de março a penas entre dois a oito anos de prisão, foram ao Tribunal Supremo exigir explicações sobre o habeas corpus interposto pela defesa. Foram informados de que o processo não se encontrava naquela instância da justiça.

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Agora, os familiares dos revús vão ao Tribunal Constitucional para saber mais informações sobre o deferimento do documento, que pode permitir aos reclusos aguardar pelo julgamento em liberdade.

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