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Educação

Aulas não começaram para todos em Moçambique

Sitoi Lutxeque (Nampula)
26 de janeiro de 2017

As aulas no ensino primário e secundário arrancaram esta semana em Moçambique. Mas na cidade de Nampula, no norte do país, muitas crianças têm faltado à escola por falta de material escolar.

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Escola Primária Completa Cerâmica, na cidade de NampulaFoto: DW/S.Lutxeque

O ano escolar arrancou esta semana em todo o país, mas não para todas as crianças. Muitas não têm material escolar. Há cadernos e pastas escolares que custam agora o dobro do que há poucos meses atrás.

"Eu não vou à escola porque o papá não me comprou caderno, esferográfica, lápis de cor", diz Mohamed Carlos, de 12 anos.

Sónia Adelino tem três crianças a seu cargo: uma filha e duas sobrinhas. Mas só uma foi à escola esta semana já com todo o material necessário.

"Provavelmente, esta semana é só para apresentação dos alunos aos professores e as aulas não estão muito fortes", justifica.

Subida dos preços

Schulmaterial wird verkauft in Nampula, Mosambik
Atualmente, preços de materiais escolares não são para todos os bolsosFoto: DW/S. Lutxeque

Entretanto, a encarregada de educação já conseguiu dinheiro para comprar material escolar para que as restantes crianças possam ir à escola na próxima semana. Sónia Adelino está preocupada com a subida dos preços dos materiais escolares, particularmente este ano.

"Neste momento, há muitas bichas [nas livrarias] e não está fácil comprar; os preços também [estão altos]", diz. "Meia dúzia de cadernos está a 150 meticais [cerca de 2 euros], mas antes custava 120 meticais. Agora está complicado."

Os preços do material escolar costumam aumentar todos os anos na altura do regresso às aulas – mas este ano, face à situação económica no país, Sónia Adelino faz um apelo aos vendedores: "Eles poderiam vender normalmente e não aproveitar este momento em que as pessoas estão aflitas. Podiam reduzir os preços."

Aulas não começaram para todos em Moçambique

Mas os vendedores lembram que também estão a sofrer com a crise. Amisse Issufo vende sobretudo pastas escolares, importadas, e supõe que esta subida de preços resulte da depreciação da moeda nacional, o metical, face ao dólar.

"Este ano os preços das pastas estão muito elevados", explica Issufo. "No ano passado comprávamos [uma pasta] a 250 ou 480 meticais e este ano comprámos a 750 meticais. A situação está mal."

Neste ano letivo, a província moçambicana de Nampula terá mais de dois milhões de alunos, que deverão ser assistidos por mais de 26 mil professores. 

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