Autoridades alemãs prometem tolerância zero a antissemitismo
11 de outubro de 2019O ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer anunciou esta quinta-feira (10.10), em conferência de imprensa, que o Governo vai aumentar "consideravelmente" as forças de segurança, um dia depois do ataque que deixou dois mortos e tinha como principal alvo uma sinagoga em Halle, no leste alemão.
Horst Seehofer garantiu melhor proteção para sinagogas e locais de culto judaicos. "Infelizmente, devemos enfrentar a verdade. E a verdade é que há muito tempo a ameaça representada pelo antissemitismo, extremismo de direita e terrorismo de direita na Alemanha é muito alta", reconheceu.
"Este crime brutal é uma desgraça para todo o país. Com a nossa história, algo assim não deve acontecer na Alemanha", sublinhou ainda o ministro.
Halle ainda está de luto após o ataque de quarta-feira. Ao visitar o local, o Presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, expressou a sua repulsa pelos atos perpetrados pelo extremista de direita. "A história adverte-nos, mas o presente exige que ajamos. Devemos assumir uma posição através de nosso relacionamento com a comunidade judaica", disse.
Tolerância zero para antisemitismo
A chanceler Angela Merkel participou numa vigília em Berlim na noite de quarta-feira e na quinta-feira que Merkel fez uma declaração sobre o ataque. Merkel prometeu uma forte resposta do Estado: "Os representantes do Estado - e eu estou incluída - devem usar todos os meios disponíveis para agir contra o ódio e a violência. Não deve haver absolutamente nenhuma tolerância para isto".
O ataque aconteceu quando o cidadão alemão identificado como extremista de direita tentou entrar na sinagoga de Halle. No local, cerca de 70 pessoas celebravam um dia sagrado do calendário judaico. O atacante disparou tiros na porta trancada, mas não conseguiu rompê-la.
Incapaz de realizar o massacre que havia planeado, o suspeito disparou contra duas pessoas na rua enquanto fugia, antes que a polícia pudesse detê-lo. No seu veículo, o homem carregava um grande arsenal de armas e explosivos. As autoridades alemãs tratam o caso como ato de terrorismo.
O presidente do Conselho Central Judaico na Alemanha, Josef Schuster, lamentou o crime: "Duas pessoas foram mortas. E, no entanto, devemos falar de sorte, de muita sorte que o autor não tenha conseguido entrar na sinagoga. Pois isso não teria significado duas mortes, mas um massacre de proporções indescritíveis".