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Autoridades da Guiné-Bissau falam em "relativa diminuição" do narcotráfico

Braima Darame (Bissau)4 de outubro de 2013

Embora admitam algumas dificuldades, autoridades guineenses dizem que o país está menos permeável à entrada de drogas, sobretudo da América Latina. Dados que contrariam a informação avançada no último relatório da ONU.

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Cocaína apreendida no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, em BissauFoto: DW/B. Darame

Autoridades da Guiné-Bissau falam em "relativa diminuição" do narcotráfico

Segundo as autoridades judiciais da Guiné-Bissau, a chegada de droga ao país proveniente da América Latina e com destino à Europa e à América Central tem diminuído bastante nos últimos anos.

Os dados avançados pelas autoridades contrastam com os números publicados no último relatório do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon. De acordo com o documento, o tráfico de droga e o crime organizado aumentou substancialmente na Guiné-Bissau desde o o golpe militar de 2012.

Apesar de reconhecer algumas dificuldades no combate ao narcotráfico devido aos bloqueios internos, o Procurador-Geral da República, Abdú Mané, admite também que houve uma redução dessa atividade no território guineense.

"Relativa diminuição" do narcotráfico

"A Guiné-Bissau está a cumprir aquilo que acordou com a comunidade internacional: o combate ao narcotráfico", declara Abdú Mané. Diz que é visível uma "relativa diminuição" do tráfico de droga em território nacional e acrescenta que "estão empenhados a continuar este combate" apesar dos meios serem "escassos".

O Procurador-Geral da República afirma que vão existir sempre bloqueios, mas que "em nome da honra do país tem que se avançar com estes processos".

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Abdú Mané diz que apesar dos bloqueios internos, houve redução do narcotráficoFoto: DW/B. Darame

Esta semana foram destruídos 4,4 quilos de cocaína apreendida pela Polícia Judiciária guineense, entre os dias 30 de março e 28 de agosto, no Aeroporto internacional Osvaldo Vieira, em Bissau. Uma cidadã cabo-verdiana, um maliano, dois cidadãos da Nigéria e diversos oriundos da Serra-Leoa foram os traficantes identificados na introdução desta remessa de cocaína no país.

Daí que Armando Na Montche, diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) da Guiné-Bissau, declare tolerância zero contra criminosos nos próximos meses.

"Desde tráfico de droga, a outros crimes internacionais ou crimes comuns", nada será tolerado, afirma. Juntamente com outras forças de defesa, diz o diretor da PJ que têm que trabalhar para que "os cidadãos possam sentir-se tranquilos".

Criminosos têm mais meios que a polícia

Sabendo que qualquer solução para a instabilidade crónica na Guiné-Bissau deve incluir ações concretas para combater a impunidade, Abdú Mané aponta a falta de meios como principal entrave.

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Destruição da droga apreendida no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, em BissauFoto: DW/B. Darame

"Não podemos estar a pedir meios aos criminosos para poder combater os criminosos!", exclama. Diz que é o Governo que tem que garantir esses recursos, mas assume que em muito dos casos, "é uma luta desigual", pois "os criminosos têm meios altamente sofisticados que a polícia não tem", reitera.

Exemplificando como a criminalidade tem assumido dimensões alarmantes no país, Mané sublinha que a PJ e a Guarda Nacional detiveram 13 militares e membros daquela guarda, suspeitos de envolvimento na morte de um cidadão chinês, baleado a 25 de setembro, depois de alegadamente ter sido abordado por um grupo de desconhecidos no leste do país.

"Três elementos da Guarda Nacional e militares estão a ser ouvidos em Gábu", conta Abdú Mané, com o objetivo claro de combater a "criminalidade complexa e altamente organizada".

Segundo fontes citadas em Bissau, o cidadão chinês fazia parte de um grupo de madeireiros que atua na região de Bafatá, no extremo leste do país.

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