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Berlim muda política e enviará armas à Ucrânia

tm | com agências
26 de fevereiro de 2022

Alemanha enviará 1.000 armas antitanque e 500 mísseis terra-ar dos estoques das Forças Armadas Alemãs para Kiev, anunciou o porta-voz do Governo alemão, Steffen Hebestreit, neste sábado (26.02).

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Deutschland | Bundeswehroldaten mit Panzerfaust
Uma política de longa data alemã era não exportar armas a zonas de guerra, enraizadas em parte em sua história sangrenta do século 20.Foto: Philipp Schulze/dpa/picture alliance

A Alemanha está a enviar 1.000 armas antitanque e 500 mísseis terra-ar dos estoques das Forças Armadas Alemãs para a Ucrânia, anunciou o porta-voz do Governo, Steffen Hebestreit, neste sábado à noite, acrescentando que as armas deveriam ser entregues o mais rápido possível para apoiar as forças armadas ucranianas.

O chanceler Olaf Scholz (SPD) disse que era dever da Alemanha "apoiar a Ucrânia da melhor forma possível em sua defesa contra o exército invasor de Vladimir Putin".

Antes, neste sábado (26.2), a Alemanha aprovou, desde a Holanda até a Ucrânia, a entrega de 400 lançadores de granadas, confirmando uma mudança na sua política, após Berlim enfrentar críticas por se recusar a enviar armas para Kiev, ao contrário de outros aliados ocidentais.

"A aprovação foi confirmada pela chancelaria", disse hoje o porta-voz do Ministério da Defesa. Os lançadores vêm dos estoques das forças armadas alemãs.

Militärübung von ukrainischen Reservisten bei Tschernihiw
Soldado ucraniano em exercício militar.Foto: ukrin/dpa/picture alliance

Armas da antiga RDA

O Governo federal da Alemanha também aprovou hoje a entrega de várias peças de artilharia das antigas ações da República Democrática Alemã (RDA), antigo país socialista, para a Ucrânia, segundo a agência de notícias dpa.

Uma política de longa data alemã é não exportar armas a zonas de guerra, enraizadas em parte em sua história sangrenta do século 20.

Entretanto, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saudou hoje o enviou de armas pela Alemanha para a Ucrânia, que foi invadida na quinta-feira pela Rússia, e agradeceu ofertas de mediação. 

"A Alemanha acaba de anunciar a entrega à Ucrânia de lançadores de granadas antitanque e mísseis Stinger. Continue assim, Olaf Scholz! A coligação antiguerra em ação!", afirmou o chefe de Estado ucraniano, na rede social Twitter, dirigindo-se ao chanceler alemão. 

A Ucrânia contabilizou neste sábado (26.2) centenas de mortes no país devido a ataques das forças da Rússia, que iniciaram-se na última quinta-feira (24.02). Mais de 120 mil pessoas já fugiram do país, segundo a agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Este é o segundo balanço de mortes divulgado pelo Governo ucraniano desde o início da guerra empreendida pela Rússia. Na noite de quinta, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou que 137 pessoas haviam morrido no primeiro dia da ofensiva militar russa.

Ukraine Kiew | Zerstörtes Gebäude
Casas destruídas nos arredores da capital ucraniana, Kiev.Foto: Aytac Unal/AA/picture alliance

Sanção à Rússia

Como sanção à Rússia, a União Europeia (UE) tem vindo a discutir a possibilidade de expulsar a Rússia do Swift, uma medida que isolaria os bancos russos. Áustria, Hungria e Alemanha dependem em grande medida do gás natural russo e, caso a Rússia seja desligada do sistema Swift, não poderiam pagar as faturas dessa importação.

Entretanto, o Governo da Alemanha expressou neste sábado sua disposição para apoiar uma restrição "seletiva e funcional" do acesso da Rússia ao sistema bancário Swift em resposta à invasão russa da Ucrânia.

O Ministério das Relações Exteriores alemão informou por meio de uma mensagem em sua conta no Twitter que está trabalhando em maneiras de limitar os "danos colaterais" de uma desconexão russa do sistema "para que isso afete aqueles que deve afetar". "O que precisamos é de uma restrição seletiva e funcional do Swift", acrescentou Scholz.

Manifestantes em cidades de todo o mundo expressaram solidariedade para com a Ucrânia neste sábado, tendo muitos manifestado insatisfação perante a decisão do Kremlin de invadir o vizinho russo.