Burkina Faso: Pelo menos cem mortos no pior ataque em anos
5 de junho de 2021O ataque no Burkina Faso ocorreu durante a noite desta sexta-feira (04.06) e madrugada de sábado (05.06), quando "indivíduos armados deram início a uma incursão" na cidade de Solhan, no norte do país, disse uma fonte de segurança.
"A contagem, ainda provisória, é de cerca de 100 mortos, homens e mulheres de idades diferentes", disse a mesma fonte. O Governo confirmou o ataque e o número de mortos.
Agressores
Os agressores atacaram, por volta das 2h da manhã (hora local), contra uma posição da força de defesa civil anti-jihadista Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP), que apoia o exército nacional. Depois, atacaram também casas e levaram a cabo "execuções", disse uma fonte local.
O VDP foi criado em dezembro de 2019 para ajudar militares ainda mal equipados do Burkina Faso a combaterem os jihadistas. Entretanto, já foi alvo de mais de 200 fatalidades, de acordo com uma contagem da agência de notícias AFP.
Os voluntários recebem duas semanas de treino militar, e depois trabalham ao lado das forças de segurança, realizando normalmente tarefas de vigilância, recolha de informação ou escolta.
"Para além do número de mortes, o pior registado até à data, as casas e o mercado foram incendiados", disse outra fonte de segurança, expressando a preocupação de que "o número ainda temporário de uma centena de mortos possa aumentar".
As autoridades declararam três dias de luto nacional, terminando na segunda-feira à noite às 23h59 (hora local).
Numerosos ataques
Sohlan, uma pequena comunidade a cerca de 15 quilómetros de Sebba, a principal cidade da província de Yagha, perto da fronteira com o Mali, tem sido atingida por numerosos ataques nos últimos anos.
A 14 de Maio, o Ministro da Defesa, Cheriff Sy, e os militares de alta patente, visitaram Sebba para assegurar às pessoas que a vida regressaria à normalidade, na sequência de uma série de operações militares.
Entretanto, o recente ataque maciço de suspeitos jihadistas ocorreu apenas horas depois de um outro ataque, na sexta-feira (04.06) à noite, na aldeia de Tadaryat, mesma região, e que deixou pelo menos 14 pessoas mortas.
Desde 2015, o Burkina Faso luta contra ataques jihadistas, cada vez mais frequentes e violentos, incluindo o Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM) e o Estado Islâmico no Grande Sara (EIGS).
Os ataques começaram no norte, perto da fronteira com o Mali, mas desde então estenderam-se a outras regiões, particularmente no leste.
Cerca de 1.300 pessoas morreram e mais de um milhão já fugiram das suas casas.