Ataques a Palma lesam setor privado em 90 milhões de dólares
20 de abril de 2021O empresariado de Cabo Delgado ficou prejudicado em 90 milhões de dólares devido aos ataques terroristas ocorridos na vila de Palma, no dia 24 de março, segundo anunciou esta terça feira, (20.04), a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).
Trata-se de prejuízos que incluem destruições, atrasos no pagamento e a questão das mercadorias em trânsito sem certeza da certificação da respetiva entrega.
De acordo com a Confederação das Associações Económicas de Moçambique, CTA, pouco mais de 410 empresas foram afetadas e perto de 70 mil empregos abrangidos.
O presidente da CTA, Agostinho Vuma, disse no final de um encontro com a multinacional francesa Total e a embaixada da França, que se está a trabalhar agora para reparar os prejuízos.
"A Total informou-nos que está a trabalhar de forma árdua para encontrar soluções aos contratos em curso através das contratadas", frisou.
Pagamentos a pequenas e médias empresas
A Total, segundo Vuma, reitera que não tem pagamentos atrasados com grandes empresas por si contratadas, mas admite que estas não efetuaram pagamentos às pequenas e médias empresas moçambicanas, com as quais tem vínculo contratual.
"A Total faz pagamentos com quem tem contrato e o contratado pode não ter pago ainda. O trabalho que vamos iniciar é para identificar quais são essas empresas e vamos conseguir ver se é a CMC, Gabriel Couto entre outras", explica.
Agostinho Vuma dissipou dúvidas, prometendo aos empresários que a partir desta quarta-feira, (21.04) inicia-se o mapeamento das empresas afetadas para a regularização dos pagamentos.
"O trabalho que estamos a fazer, mais uma vez, de levantamento a partir de amanhã vai ser entregue à Total, e a Total vai conseguir perceber quem solicitou esses serviços de bens de fornecimento. Queríamos dar um prazo de uma semana. São muitas PME's, mas o nível de aflição no dia a dia dessas PME's é assunto de pagamentos com a Total".
Empresariado desesperado
Em Cabo Delgado, de acordo com o representante da CTA naquela província, Gulamo Abubakar, o empresariado está desesperado com a situação de ataques terroristas.
"Para quem estava em Palma ou Mocímboa da Praia, que perdeu as suas infraestruturas, para regressar terá que reganhar a confiança e terá que ter algum tipo de garantia de que a situação está sob controlo. Porque ninguém irá investir numa situação de insegurança", lamenta.
Recorde-se que a multinacional francesa Total suspendeu as suas atividades em Palma devido aos ataques de insurgentes na província de Cabo Delgado.