Morte de trabalhadores sem relação com projeto, diz Total
7 de julho de 2020"A situação não esteve relacionada com nenhuma atividade realizada pelo projeto Mozambique LNG", lê-se em resposta a questões colocadas pela agência de notícias Lusa, esta segunda-feira (06.07).
O ataque por um grupo armado "ocorreu a aproximadamente 60 quilómetros do local de construção do projeto", acrescentou.
A multinacional esclareceu ainda que a visita de Arnaud Breuillac, presidente de exploração e produção da Total, a Moçambique, na sexta-feira, "não teve relação com esta situação de segurança".
Ataque
A empresa Fenix Construction anunciou no domingo (05.07), em comunicado, que uma das suas viaturas foi atacada"por cinco insurgentes" em 27 de julho, a quatro quilómetros de Mocímboa da Praia, vila que no mesmo dia estava sob ataque de grupos armados que aterrorizam a região.
Dos 14 ocupantes do veículo, além dos oito mortos, três fugiram para o mato e sobreviveram, enquanto outros três continuam desaparecidos.
Uma empresa de segurança privada contratada pela Fenix conseguiu resgatar para Palma os corpos dos oito homens mortos e "sob instruções das autoridades locais de Palma, foram enterrados na sexta-feira", referiu a empresa.
Condições seguras
Arnaud Breuillac, presidente de exploração e produção da Total, visitou Moçambique na sexta-feira e reuniu-se com o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela.
Após o encontro, questionado pelos jornalistas, Breuillac referiu que "o Governo está a trabalhar muito bem para criar, dentro do possível, as melhores condições para execução segura" do projeto. "A segurança é da responsabilidade do Governo e nós estamos confiantes no trabalho que está a ser realizado", acrescentou.
As incursões de grupos armados nos últimos dois anos e meio naquela província - sem visar o recinto do megaprojeto de gás - já provocaram a morte de, pelo menos, 700 pessoas e uma crise humanitária que afeta cerca de 211.000 residentes.
A origem da violência continua sob debate, sendo que desde junho de 2019 vários ataques passaram a ser reivindicados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.
A Total lidera o consórcio que vai explorar as reservas de gás da Área 1 da bacia do Rovuma a partir de 2024.