Carlos Vila Nova é o novo Presidente de STP
6 de setembro de 2021Carlos Vila Nova substitui Evaristo Carvalho na Presidência de São Tomé e Príncipe. O vencedor estave na corrida com Guilherme Pósser da Costa que, segundo dados provisórios, obteve 42,6 % de votos. De acordo com as projeções a abstenção deverá rondar os 38,3 %
A Comissão Eleitoral Nacional de São Tomé e Príncipe anunciou nas primeiras horas desta segunda-feira (06.09) os resultados provisórios da segunda volta das eleições presidenciais. O apuramento distrital ainda decorre sob forte vigilância de forças de segurança.
Segundo as primeiras projeções avançadas pelos órgãos de comunicação do Estado, Carlos Vila Nova foi eleito este domingo (05.09) novo Presidente da República, na disputa com Guilherme Pósser da Costa, apoiado pelo MLSTP-PSD.
Olívio Diogo, sociólogo e comentador político, entende que "nem Carlos Vila Nova e nem Guilherme Pósser da Costa conseguiram convencer os eleitores a irem em massa para as urnas. A abstenção é o grande vencedor destas eleições".
Quem é o vencedor?
Licenciado em engenharia de telecomunicações pela universidade de Oran na Argélia, em 1985, Carlos Vila Nova nasceu no norte da ilha de São Tomé, na cidade de Neves, em 1956. Quadro superior da função pública, tem experiência de mais de duas décadas na área do turismo.
Em 2010 entrou para a política. Foi nomeado no décimo quarto Governo ministro das Obras públicas, no Governo da ADI liderado por Patrice Trovoada. Quatro anos depois, com a vitória nas legislativas com maioria absoluta, Vila Nova assumiu a pasta dO Ministério das infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente.
Aos 65 anos de idade, casado e pai de duas filhas, Vila Nova prometeu "vida nova” e é assim o quinto Presidente da República eleito no regime multipartidário.
Derrotado alvo de críticas
Para Olívio Diogo “a candidatura de Guilherme Pósser da Costa utilizou uma estratégia errada, uma estratégia toda ela virada para crítica, centrou-se muito em Patrice Trovoada. Pósser da Costa teve oportunidade num debate político para apresentar as suas ideias para STP, mas concentrou-se no Patrice Trovoada".
O analista político tinha outras expetativas: "O reforço que nós esperávamos era que o primeiro-ministro falasse dos seus feitos, da sua governação para apoiar Guilherme Pósser da Costa a fazer um bom resultado. Jorge Bom Jesus, voltou a concentrar a sua bateria no Patrice Trovoada”.
Um resultado que, segundo o Olívio Diogo, poderá ter implicações nas legislativas de 2022: “Os são-tomenses vieram dizer de forma clara e inequívoca que estão completamente descontentes com os atores políticos, estão descontentes como se tem feito política em São Tomé e Príncipe".
Eleições sem observadores estrangeiros
Para estas eleições foram inscritos cerca de 123 mil eleitores que votaram em 262 assembleias de voto.
O investigador e escritor Lúcio Amado elogiou, o civismo e a maturidade dos são-tomenses. Porém, não vê com bons olhos a presença da missão de observação estrangeira no País.
"Futuramente espero que em STP todo o tipo de eleições sejam feitas apenas pelos cidadãos nacionais, que não recorram a países terceiros para virem aqui monitorar ou controlar o que estamos a fazer", diz.
Em São Tomé e Príncipe encontram-se as missões de observação eleitoral da União Africana, da CEAC e dos Estados Unidos da América.