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Luanda: Advogado pretende processar general "Filó"

Nelson Sul D'Angola (Benguela)5 de março de 2015

O oficial angolano, citado como um dos autores morais dos assassinatos dos ativistas Isaías Cassule e Alves Kamulingue, voltou a não comparecer em tribunal. O advogado David Mendes pretende processá-lo criminalmente.

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Tribunal Provincial de LuandaFoto: DW/N. Sul d'Angola

A última audiência do julgamento do ''caso Cassule e Kamulingue'', dois opositores do regime angolano assassinados em 2012, deveria ter ocorrido esta quarta-feira (04.03) no Tribunal Provincial de Luanda.

Porém, isso não aconteceu, uma vez que o tenente-general José Peres Afonso, mais conhecido como general "Filó", voltou a não comparecer em tribunal.

O oficial angolano já faltou a várias sessões alegando motivos de saúde. A sua presença no tribunal é muito importante por ser apontado como um dos autores morais dos assassinatos dos ativistas Isaías Cassule e Alves Camulingue.

Processo-crime

O advogado das famílias das vítimas David Mendes, da Associação Cívica "Mãos Livres", anunciou quarta-feira (04.03) que vai intentar um processo-crime contra o general "Filó".

"É lamentável essa posição de não trazer o general Filó a esta instância", declarou o David Mendes, assegurando que, "com ou sem a presença" do oficial angolano, a "Mãos Livres" vai avançar com o processo-crime.

O advogado fez esse pronunciamento depois de ter sido informado pelos serviços notariais do Tribunal Provincial de Luanda que o tenente-general, ligado à secreta militar, não iria comparecer novamente em tribunal por ainda se encontrar no exterior do país por questões de saúde, segundo alegações do Ministério da Defesa.

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Os advogados das vítimas e dos acusados começaram esta quarta-feira (04.03) a apresentar as suas alegações finais.

Os familiares das vítimas não quiseram prestar qualquer depoimento à imprensa, mas prometeram fazê-lo nos próximos dias.

Alves Kamulingue e Isaías Cassule foram raptados e assassinados por elementos dos Serviços de Inteligência e Segurança do Estado em maio de 2012, numa altura de pré-campanha eleitoral.

Os dois ativistas pretendiam organizar uma manifestação antigovernamental para exigir ao Governo o pagamento de subsídios em atraso e pensões aos antigos combatentes e agentes da Unidade de Guarda Presidencial (UGP).

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