CEDEAO pede aplicação do Acordo de Conacri na Guiné-Bissau
4 de junho de 2017Os chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reuniram-se para debater a crise na Guiné-Bissau e o ponto de situação na região.
O presidente da comissão da CEDEAO, Marcel Alain de Souza, lançou "um apelo urgente e solene a todas as partes na Guiné-Bissau para darem prioridade ao interesse superior do país em relação aos interesses partidários".
Marcel Alain de Souza instantou os atores políticos guineenses a "porem em prática o Acordo de Conacri", concluído em outubro, no âmbito da mediação da CEDEAO.
O acordo prevê a formação de um Governo consensual integrado por todos os partidos representados no Parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso. Contudo, depois da assinatura do documento, o Presidente José Mário Vaz nomeou Umaro Sissoco Embaló como primeiro-ministro, medida contestada por vários partidos políticos.
Em maio, o Conselho de Segurança das Nações Unidas apelou ao Presidente José Mário Vaz a pôr fim ao bloqueio político com a nomeação de um primeiro-ministro que reunisse amplo consenso.
Contudo, o Acordo de Conacri continua sem ser aplicado apesar de a CEDEAO ter admitido a imposição de sanções a quem criasse obstáculos à sua execução.
A região da África Ocidental encontra-se relativamente estável, contudo "a situação na Guiné-Bissau, Mali, no norte da Nigéria, Níger, Burkina Faso e os recentes acontecimentos na Costa do Marfim chamam-nos a ser mais vigilantes", alertou Marcel Alain de Souza, presidente da comissão da CEDEAO.
A Presidente da Libéria e presidente cessante da CEDEAO, Ellen Johnson Sirleaf, lembrou que "hoje os ataques terroristas põem em causa a estabilidade regional".
Na 51.ª sessão ordinária dos chefes de Estado e de Governo da CEDEAO assistiu-se à passagem do testemunho. O Presidente do Togo, Faure Gnassingbe, foi nomeado novo presidente, sucedendo a Ellen Johnson Sirleaf, na presidência rotativa da CEDEAO.
Israel quer entrar na UA
A cimeira da CEDEAO contou com a presença do primeiro-ministro de Israel. "Acredito em África, acredito no seu potencial presente e futuro", afirmou Benjamin Netanyahu perante os líderes africanos, a quem disse a sua presença na cimeira da CEDEAO era a "realização de um sonho".
O primeiro-ministro anunciou a criação de dois centros de comércio na África Ocidental e Oriental, a fim de aumentar as relações comerciais entre Israel e o continente.
"Acredito no reforço das nossas relações, que é uma das nossas principais prioridades", declarou Netanyahu, que se disponibilizou para parcerias com os países africanos nas áreas de tecnologia, agricultura, segurança, entre outras.
Perante os líderes da África Ocidental, Netanyahu afirmou que Israel pretende integrar a União Africana, com o estatuto de país observador. Já teve esse estatudo, mas perdeu-o com a dissolução da Organização da Unidade Africana, em 2002, substituída pela União Africana.