Centenas de gambianos chegaram à Guiné-Bissau
13 de janeiro de 2017Na última semana entraram na Guiné-Bissau "cerca de 500 pessoas” provenientes da Gâmbia, segundo os dados atualizados à DW por Janaina Galvão, oficial de soluções duradouras do gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) na Guiné-Bissau.
Para já não há muitos detalhes sobre o perfil destas pessoas que entram no país:”não temos informação se são somente gambianos ou guineenses que residiam na Gâmbia”, explica a responsável do ACNUR.
Casa de amigos e familiares
O ACNUR acredita que as pessoas que estão a chegar à Guiné-Bissau estão a alojar-se em "casa de amigos ou familiares”
Segundo Janaina Galvão, "são pessoas que têm até ao momento algum tipo de contactos já na Guiné-Bissau, alguns familiares, ou são gambianos com antecedentes guineenses”. Uma possibilidade justificada pelo facto de essas pessoas se estarem a dirigir "já para as regiões de Bafatá, de Buba ou Bissau”.
Incertezas políticas podem justificar fluxoAs incertezas políticas vividas na Gâmbia podem justificar este elevado número de entradas na Guiné-Bissau em um curto espaço de tempo. O Presidente Yahya Jammeh recusa-se a deixar o poder. A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tinha ameaçado com uma intervenção militar no país, caso o Presidente cessante não abandone o poder até ao próximo dia 19 de janeiro.
Janaina Galvão ressalva que a instabilidade na Gâmbia pode ser um motivo para a situação registada na Guiné-Bissau. "Imaginamos que esteja relacionada com a situação de instabilidade mas não temos informações sobre o motivo específico de que cada uma delas”.
Avaliar a situaçãoO ACNUR está já em campo a avaliar a realidade das fronteiras da Guiné-Bissau. Uma missão foi enviada para recolher informações sobre a intensidade do movimento de entradas e identificar possíveis locais de acolhimento, caso venha a ser for necessário.
O gabinete da organização está a trabalhar em conjunto com a Comissão de Apoio aos Refugiados na Guiné-Bissau. O secretário executivo da comissão é que, esta semana, denunciou o caso. À Agência Lusa, Tibna Sambé Na Wana dava conta que 414 pessoas entraram "pelo posto de Djegue, em São Domingos”, na fronteira com o Senegal, entre os dias 6 e 9 de janeiro.