Cerca de 140 estudantes raptados no noroeste da Nigéria
5 de julho de 2021Os atacantes invadiram o Colégio Baptista Bethel, na cidade de Chikun, por volta das 02:00 locais, disparando esporadicamente antes de levarem um número ainda indefinido de estudantes, disse John Hayab, membro da Igreja Baptista e presidente do ramo regional da Associação Cristã da Nigéria, citado pela Efe.
"Há um total de 182 estudantes na escola e até agora contámos cerca de 28, esperamos que os outros sejam encontrados e regressem em breve", disse Hayab, o que significa que pelo menos 137 estudantes ainda estão por contar.
Por seu lado, Emmanuel Paul, um professor daquela escola, disse, citado pela France-Presse, que foram raptados pelo menos 140 alunos, enquanto outros 25 conseguiram escapar.
Nos últimos meses tem havido um aumento de raptos em massa em escolas no norte da Nigéria com o objetivo, em muitos casos, de obter resgates avultados e, segundo as autoridades, mais de 800 estudantes foram raptados desde dezembro.
A 30 de maio, 147 estudantes foram raptados de uma escola corânica no estado do Níger (centro-norte), dos quais 11, com idades entre os 4 e os 12 anos, foram libertados um dia mais tarde.
Catorze estudantes da Universidade Greenfield, em Kaduna, foram libertados em 29 de maio depois de terem estado raptados desde abril.
As promessas de Buhari
A 2 de março, 279 estudantes que tinham sido raptados a 26 de fevereiro de uma escola governamental de raparigas no Estado de Zamfara foram libertados.
Este rapto em Zamfara, que as autoridades atribuíram a "bandidos" ativos no noroeste do país, teve lugar duas semanas após o rapto por homens armados de 38 estudantes e professores da Faculdade Governamental de Ciências em Kagara, estado do Níger, que acabaram por ser libertados.
A 11 de dezembro último, 344 estudantes foram capturados numa escola no estado de Katsina, num ataque reivindicado pelo grupo terrorista Boko Haram - que até então se tinha limitado a ataques no nordeste do país - embora as autoridades culpassem os bandidos.
Estes estudantes foram encontrados e libertados uma semana mais tarde numa floresta no estado vizinho de Zamfara (noroeste).
A 12 de Junho, o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, prometeu pôr fim a estes raptos e manifestou as suas "condolências" às famílias das vítimas da violência cometida por atacantes no noroeste e centro do país.