Cimeira da SADC termina sem soluções políticas para países da região
18 de agosto de 2011Esta terá sido a cimeira da SADC que registou menos presenças de presidentes da região. Dos 14 membros efetivos e um observador à cimeira de Luanda vieram só sete presidentes e um Rei, o da Suazilândia. Os restantes foram representantes de estadistas, tais os casos de Lesotho, Tanzânia, Zâmbia, Bostwana, Madagáscar, Ilhas Seicheles e Malawi.
Observadores notam que esta poderá ser uma resposta à ausência em fóruns regionais similares ou em convites de José Eduardo dos Santos, o presidente anfitrião que a partir de hoje (18.08) assume por um ano a presidência rotativa da comunidade.
A cimeira também foi afetada, pela negativa, com a proibição da entrada no país de jornalistas e ativistas de direitos humanos, o que motivou um rijo protesto de organizações internacionais como a Human Rights Watch (HRW). Pelo menos dois encontros de ativistas da região, por isso não foram realizados. Relata-se também casos de material apreendido.
Cimeira termina com lista de desafios
O comunicado final desta cimeira, com cerca de 30 pontos, fala largamente, da situação económica da região e dos seus desafios. Também se reportam algumas questões políticas.
O presidente angolano disse que a situação na República Democrática do Congo, RDC, está sob controlo, reportando-se a elementos de segurança em sua posse. As eleições previstas para ainda este ano serão realizadas com o apoio da Comunidade de Desenvolvimento da África austral, SADC.
José Eduardo dos Santos garantiu o seguinte: "Somos pelo fim das ações militares e pela busca da solução pela via da negociação." O novo presidente da SADC lembrou que neste país está em curso um processo de pacificação que se baseia num acordo de paz já muito antigo assinado na África do Sul e que tem sido complementado com outros entendimentos entre o governo da RDC e as forças beligerantes dos países vizinhos.
Quanto ao Zimbabwe sai desta cimeira a definição de uma plataforma regional para acompanhar o cumprimento de acordos e a realização de eleições livres naquele país.
Muitas assinaturas de acordos de cooperação
Madagáscar, outra “ batata quente” na região foi definido como estando a ser acompanhado de perto pela mediação que foi criada para levar a estabilidade á maior ilha africana.
Em Luanda, o professor universitário de Realações Internacionais Peter Feijó, disse não acreditar na materialização das decisões saídas do encontro: "Estou relativamente cético porque embora sempre procuramos criar boas agendas, a agenda de Angola foi auspiciosa, falava em infraestruturas e de outras situações que interessam ao Estado, mas o grande problema está na exiquidade."
Armando Gebuza, chefe de Estado de Moçambique, sai de Luanda como vice-presidente da SADC e Maputo vai acolher no próximo ano a passagem de testemunho.
África do sul, através do presidente Jacob Zuma, e a Tanzânia, com Jakaya Kykwete, ausente da cimeira, assumem doravante a pasta de defesa e segurança da SADC.
Para além de um projeto ambiental, os Estados membros da região assinaram acordos de cooperação nos domínios das Finanças, Infraestruturas e Luta Contra Branqueamento de Capitais.
Autor: Manuel Vieira (Luanda)
Edição: Nádia Issufo/António Rocha