Clubes ingleses dizem "não" ao Brexit
18 de abril de 2019Se Inglaterra é a pátria do futebol, os seus principais clubes assumem-se como "orgulhosamente europeus” esta temporada: dos 16 emblemas presentes nos quartos de final das duas competições da UEFA, seis disputam a Premier League e querem ressurgir em pleno na Europa do futebol.
Liverpoool e Manchester City lutam ombro a ombro pelo título inglês. Os dois colossos não olharam a meios financeiros para colocar à disposição de Jürgen Klopp e de Pep Guardiola jogadores de primeiro plano e condições ímpares, tal é a fome de sucesso. Mas a lógica das contratações e da construção de plantéis produz resultados também extra-muros.
Na Liga dos Campeões, só um segue em frente para as meias-finais (o Liverpool), mas o rival "doméstico” caiu às mãos de outro conjunto inglês, o Tottenham, que parece, finalmente, voltar aos tempos áureos da década de 60 do século passado.
Tottenham reencontra história com 56 anos
Os londrinos, regiamente orientados pelo argentino Mauricio Pochettino, não atingiam as meias-finais desde 1962/63, ano em que, na ante-câmara da final, foram afastados pelos portugueses do Benfica. O Tottenham vive um dos momentos mais importantes da sua história recente: um novo estádio, surgido das "cinzas" do velhinho White Hart Lane, foi inaugurado há menos de um mês, permitindo aos Spurs condições de exceção para continuarem, degrau a degrau, a subir aos patamares mais elevados do futebol inglês e europeu.
Habituados, na Premier League, a lutar pelos lugares de apuramento para as competições continentais, ei-los, pela magia do sul-coreano Heung-Min Son (que quase fez esquecer o lesionado Harry Kane), a aparecer em grande na Europa, assumindo com toda a lógica a candidatura a um lugar na final de Madrid.
Só o Manchester United ficou pelo caminho. É verdade que o City também, mas às mãos dos compatriotas do Tottenham. Portanto, apenas os "red devils" não prosseguem para as meias-finais em representação do futebol inglês. Porém, a equipa de Old Trafford foi eliminada pelo Barcelona, e, em boa verdade, após os afastamentos do Real Madrid e da Juventus, os catalães são, "apenas", os grandes favoritos à vitória final na competição. Mas fica o registo: quatro equipas inglesas em oito formações presentes nos quartos de final da Liga dos Campeões. Um ressurgimento em alta que faz de Inglaterra o país de referência nas competições da UEFA, esta temporada, até porque também na Liga Europa dois rivais de Londres querem seguir em frente.
Rivais londrinos querem ir mais longe na Liga Europa
Arsenal e Chelsea, separados por poucos quilómetros na geografia da capital inglesa, estão unidos no caminho para as meias-finais da segunda prova europeia de clubes. Os "gunners" medem forças esta noite, em Nápoles, com a equipa local, que venceram, no Emirates Stadium, no encontro da primeira "mão", por 2-0. E Unai Emery, que ganhou por três vezes a Liga Europa ao comando do Sevilha, conhece bem as particularidades da competição e os trunfos para chegar longe.
Quanto ao Chelsea, depois de ter batido os checos do Slavia, em Praga, por 1-0, tem uma tarefa ainda mais acessível, até porque atua em Stamford Bridge. Se é verdade que Maurizio Sarri é já um treinador contestado pelos resultados na Premier League (aquém do esperado por Abramovich e seus pares), na Europa tem conduzido os londrinos a patamares de excelência, que podem, de resto, ser trunfo suficiente para a sua manutenção no banco dos "blues" para a próxima temporada.
Liga dos Campeões: a certeza de uma final inédita
Quaisquer que sejam os desfechos dos jogos das meias-finais, o encontro decisivo da Liga dos Campeões será inédito. Com o Liverpool a medir forças com o Barcelona e o Ajax a ser adversário do Tottenham, há apenas quatro combinações possíveis para o grande espetáculo de 1 de junho, em Madrid: Liverpool-Ajax, Liverpool-Tottenham, Barcelona-Ajax ou Barcelona-Tottenham.
Qualquer destes encontros não tem registos históricos numa final. Mas qualquer deles vai, certamente, ficar registado como um jogo de primeira grandeza, tantos e tão bons têm sido os trunfos apresentados pelos dois conjuntos ingleses, pelos catalães e pelos holandeses no que já foi jogado da competição.