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"Começou nova era em Moçambique": Há esperança no diálogo?

Braima Darame | DW (Deutsche Welle)
16 de janeiro de 2025

Ativista Mirna Chitsungo ainda tem esperança no diálogo em Moçambique. Em entrevista à DW, lembra que tanto Daniel Chapo, investido ontem, como Venâncio Mondlane, que reivindica vitória, se mostram abertos a dialogar.

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Daniel Chapo (ao centro) segura uma bandeira de Moçambique enquanto presta juramento para ser empossado como Presidente
Daniel Chapo tomou posse na quarta-feira (15.01) como quinto Presidente de MoçambiqueFoto: ALFREDO ZUNIGA/AFP/Getty Images

"Posso dizer que começou uma nova era em Moçambique, sim, porque estamos na investidura de um novo Presidente. Estamos numa situação em que um outro indivíduo, que é Venâncio Mondlane também tomou posse perante o povo, estamos diante de dois presidentes", disse Mirna Chitsungo em declarações à DW no dia em que Daniel Chapo foi investido como quinto Presidente da República de Moçambique.

"Com a tomada de posse de Chapo automaticamente eliminasse a figura de Filipe Nyusi, que era um entrave grande para a pacificação do Estado moçambicano", afirmou ainda a defensora dos direitos humanos.

Para a defensora dos direitos humanos, com "a retirada, em primeiro lugar, de Filipe Nyusi, que já estava a dirigir este país a meio de tanta violência e brutalidade, já podemos dizer que estamos diante de uma nova era."

"Penso que há esperanças de diálogo, de um diálogo mais frutífero. Chapo é uma figura de diálogo,  Venâncio está aberto para o diálogo, está em Moçambique e até já avançou o que é que quer", argumentou.

"Temos aqui condições para iniciarmos uma nova era, com um novo diálogo e encontrarmos a resolução dos problemas e depois iniciar a governação da nova era", concluiu Chitsungo.

Mais de 300 mortos

O dia da tomada de posse de Daniel Chapo foi manchado por mortes em protestos. De acordo com dados da plataforma eleitoral Decide, pelo menos oito pessoas morreram em manifestações, em Maputo e em Nampula.

As eleições gerais em Moçambique são contestadas pela oposição e pela sociedade civil. Os manifestantes não reconhecem a vitória de Daniel Chapo nas presidenciais e mais de 300 pessoas já morreram em protestos pós-eleitorais, desde outubro, segundo a plataforma Decide.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane, que diz ser o "Presidente eleito pelo povo", prometeu apresentar esta sexta-feira (17.01) "as medidas governativas para os primeiros 100 dias" do seu "mandato".

"Tivemos uma tomada de posse do candidato nomeado pelo Conselho Constitucional, não o candidato eleito. Foi um teatro, um espetáculo de circo", disse Venâncio Mondlane a propósito da tomada de posse de Daniel Chapo.

Daniel Chapo investido Presidente de Moçambique

 

 

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Braima Darame Jornalista da DW África